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Presos ficam em microcela e enfrentam altas temperaturas no interior do PI

A cadeia pública da cidade foi fechada e justiça determinou uso de delegacia móvel. Um dos presos ficou por 16 horas detido no espaço reduzido.

em 23 de outubro de 2017

Presos estão sob custódia em uma microcela na cidade de Piripiri, no Norte do Piauí, desde maio quando a cadeira pública foi fechada por determinação da Justiça. Na mesma decisão o governo recebeu ordem para construir uma nova cadeira no prazo de dois anos. Enquanto isso, a determinação era de que presos permanecessem na cadeia móvel por no máximo 14 horas, o que não tem acontecido.

Presos custodiados no local denunciam que são obrigados a permanecer por mais tempo do previsto na cadeia móvel. Eles denunciam ainda a falta de estrutura e calor intenso no local.

Preso é mantido em cela móvel no Piauí  (Foto: Reprodução/TV Clube)

Preso é mantido em cela móvel no Piauí (Foto: Reprodução/TV Clube)

Edilson da Silva se encontra preso e diz quem se encontra detido na micro cela por 16 horas. “Ficar aqui é muito desumano. Um negócio deste não pode fazer nem com animal. Aqui o teto é quente e se colocar a mão nas paredes você se queima”, lamentou o preso.

O delegado Jorge Terceiro explicou que o preso deve ficar somente até às 14 horas e que está cumprindo a determinação. “Estamos cumprindo a ordem, haja vista que em Piripiri não tem plantão e nem Central de Flagrantes, ou seja, não temos equipe de delegados e escrivão que trabalhem 24 horas. Por conta disso, alguns pessoas que são presas na madrugada ficam custodiados e o procedimento é feito somente pela manhã pelo delegado”, lamentou.

Lixo e vezes se acumulam em microcela no Piauí (Foto: Reprodução/TV Clube)

Lixo e vezes se acumulam em microcela no Piauí (Foto: Reprodução/TV Clube)

O promotor de justiça Nilvaldo Ribeiro conhece a situação, mas ressalta que a situação é provisória. “É melhor porque é provisório. Na antiga cadeira presos ficavam nestas celas improvisadas durante três ou quatro anos. A situação atual é degradante, mas foi uma decisão judicial e estamos para cumprir”, declarou.

Depois de 16 horas, Edilson foi transferido, ele viajou 50 Km até a delegacia de uma cidade vizinha, onde tem cela. No entanto, enfrenta o problema da falta de comida. Os presos contam que conseguem alimentar porque os familiares trazem comida. Quem não tem familiares para dividir comida, conta com a colaboração dos colegas presos que dividem a refeição.

O delegado geral,Riedel Batista, informou que a despesa com alimentação fica a cargo do governo do estado que é paga pela Secretaria de Segurança Pública. “ A alimentação do preso é paga todo mês, mas temos casos de presos que preferem receber as refeições das famílias”, informou.

G1 PI

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