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Poços e cacimbas secam e estiagem continua castigando moradores das zonas rurais na região de Picos

Máquinas escavam poços profundos com mais de duzentos metros e não encontram água.

em 25 de outubro de 2017

Vazão está diminuindo e poços no semiárido piauiense correm o risco de secar – Foto: Reprodução

E a seca continua castigando o homem do campo no semiárido piauiense. São cinco longos anos de estiagem e o resultado é que as principais barragens secaram ou se encontram com volume de água muito baixos.

Os poços artesianos e os chamados cacimbões e pequenas cacimbas que eram uma alternativa no combate à seca estão simplesmente secando preocupando ainda mais os pequenos criadores que residem na zona rural.

Máquinas escavam poços profundos com mais de duzentos metros e não encontram água – Foto: Reprodução

Seu Manoel da Chica, que reside na localidade Cruz das Almas, situada na divisa dos municípios de São Julião e Pio IX conta que o poço artesiano escavado com muita dificuldade em sua propriedade sempre garantiu o abastecimento de sua casa e a sede do pequeno criatório de sua família, mas de uns dias pra cá a água do poço simplesmente desapareceu.

“O poço abastecia a nossa casa e matava a sede de nosso gado e do criatório de toda vizinhança, mas já faz alguns dias que a água simplesmente desapareceu e estamos muito preocupados”, declarou angustiado o agricultor aposentado.

Cacimbões que por muito tempo foram alternativas contra a seca estão secando – Foto: Reprodução

Na região não tem sido diferente. Um projeto do governo federal através do Departamento Nacional de Obras Contras as Secas, o DNOCS, vem escavando poços profundos em diferentes localidades em diversos municípios do semiárido piauiense e a grande maioria não tem encontrado água.

“Ficamos muito felizes quando fomos informados que iria ser escavado um poço artesiano em nossa localidade. Daí os maquinários vieram e cavaram quase duzentos metros e não apareceu uma gota de água”, relata entristecido um morador da localidade Juá, zona rural de São Julião.

Mulher apanha água em cacimba no semiárido nordestino – Foto: Reprodução

De acordo com especialistas, os poços artesianos, cacimbas e cacimbões, que sempre foram alternativas para o abastecimento de água para quem vive na cidade e no campo, estão ameaçados de secar. Tudo isso por falta de chuvas e pelos baixos níveis das águas nos entornos dos rios e riachos e também pela multiplicação de poços que acabaram comprometendo os mananciais subterrâneos que vêm baixando de forma alarmante.

Cisterna abastecida por carro pipa, simbolo do enfrentamento da seca no nordeste brasileiro – Foto: Reprodução

A localidade Recanto, próxima ao centro de São Julião, que sempre foi conhecida por possuir um grande lençol freático estão com seus poços quase todos com pouca vazão e as bombas instaladas não conseguem puxar água nem para completar as caixas.

Segundo meteorologistas, o ciclo da seca que perdura por cinco anos na região nordeste vem chegando ao fim e 2018 pode ter um bom inverno. Enquanto isso o sertanejo que antes de tudo é um forte vai sobrevivendo com a pouca água da cisterna abastecida por carro pipa e na esperança e dias melhores.

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