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Famílias se unem e pedem condenação de autores de feminicídio

Cerca de 300 pessoas interditaram uma das vias da avenida Higino Cunha para protestar contra os crimes de feminicídio no Piauí.

em 08 de novembro de 2017

(Crédito: Rayldo Pereira/Cidadeverde)

Cerca de 300 pessoas interditaram uma das vias da avenida Higino Cunha para protestar contra os crimes de feminicídio no Piauí. A manifestação aconteceu em frente ao Quartel do Comando Geral da Polícia Militar. O local foi escolhido devido ao brutal assassinato da estudante de Direito, Camilla Abreu, pelo capitão da PM, Alisson Wattson. Ele confessou o crime.

O promotor Francisco de Jesus, do Ministério Público do Estado (MPE), participou do ato e disse que o caso não ficará impune. “Vamos acompanhar até o desfecho final, fiscalizando todos os poderes e conclamando a sociedade e buscando a responsabilização  desses agressores. Esse crime não ficará impune e, no que depender do Ministério Público, estaremos vigilantes. Iremos buscar cumprir todos os prazos e os agressores terão direito à defesa. Vamos buscar como os outros 10 mil processos que tramitam em Teresina”, afirmou.

O capelão da PM, Padre Carlos, fez um benção dos presentes ao ato e abraçou simbolicamente a avó de Camilla em solidariedade representando a corporação.

Representantes da Delegacia da Mulher e CUT também participaram do protesto. A avó de Camilla Abreu, dona Cecília, falou da dor de perder a neta. “Eu estou sentindo uma dor muito grande. Não consegui ainda me encontrar. A gente fica sem chão, sem comer. A gente veio aqui pedir justiça”, disse.

A avó ressaltou  que o namorado de Camilla frequentava a casa da família e que ela se queixada do ciúme excessivo. “Não quero que ninguém mais passe por isso que eu estou passando”, desabafou.

Parentes de Iarla Barbosa também participaram da manifestação. A morte da garota chocou o Estado. Ela foi assassinada ao sair de uma casa de show, na avenida Nossa Senhora de Fátima, zona Leste de Teresina, acompanhado do namorado, o ex-militar José Ricardo Silva Neto. Iarla entrou no carro do companheiro, que sacou uma arma e disparou diversos tiros contra a estudante. No veículo também estava a irmã e uma amiga da vítima, que conseguiram fugir dos disparos.  O ex-militar responde pelo crime de Feminicídio.

Segundo o coronel John Feitosa, a PM já deu início aos trabalhos para investigar a vida institucional do capitão e garantiu que se encontra detido no presídio militar. “O processo já está com a comissão e deveremos seguir um rito legal para que tudo seja feito dentro da normalidade”, disse.

Cidade Verde

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