No Piauí, casas populares são construídas com aquecedor de água
Administrador em 05 de dezembro de 2017
O Piauí é conhecido nacionalmente por sua alta temperatura. Em determinada época do ano, no conhecido B-R-O BRÓ, os termômetros chegam a marcar 40º em vários pontos do Estado. Os Piauienses fazem de tudo para amenizar o calor em casa, com o uso de ventiladores, condicionadores de ar e climatizadores. No entanto, a construção de casas do programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, vem de encontro a todo esse esforço para atenuar a alta temperatura do estado.
O GP1 detectou a existência de aquecedores de água em unidades habitacionais em um residencial na capital, e até no município de Demerval Lobão, microrregião de Teresina, algo que é totalmente inadequada as condições da região.
Nossa equipe esteve no Residencial Torquato Neto, localizado na região do bairro Porto Alegre Zona Sul de Teresina, e conversou com alguns moradores que falam da inutilidade dos aquecedores. O senhor Luiz Antônio mora a dois anos no Torquato Neto e criticou a instalação da peça. “Acho muito errado, porque a quentura já está matando a gente quando desce no chuveiro, isso daí é um desperdício, era para ser instalado em outro estado, Rio Grande do Sul, Santa Catarina…”, afirmou.
O morador avaliou ainda que os recursos empregados dos aquecedores deveriam ser investidos em outras coisas, como uma expansão na planta das casas. “É dinheiro jogado fora e serviria para outra coisa, para melhorar a casa, colocar mais uma área” , colocou.
O GP1 pesquisou o preço dos aquecedores, que funcionam à base de energia solar. O valor de um aquecedor varia entre R$ 1 mil e R$ 1.500,00.
Construtora tenta se explicar
O GP1 entrou em contato com a construtora habplan, responsável pela construção do residencial Francisca Azevedo Moraes, em Demerval Lobão, cuja obra está orçada em 25 milhões oitocentos e quatorze mil reais, e teve início em novembro de 2013, com previsão de conclusão para novembro de 2015. A entrega das casas ainda não ocorreu.
Reginaldo Fonseca, representante da construtora habplan, explicou que a instalação dos aquecedores obedece um critério Nacional. “Os projetos elaborados dentro do programa Minha Casa Minha vida concebidos até o final de 2014, para que fossem aprovados deveriam atender alguns critérios, dentre eles o aquecedor solar. O que se observou na época é que não se pensou nas mais variadas diferenças climáticas do país, o que foi corrigido em 2015. Em 2013 a instalação de aquecedores era condição para aprovação, hoje já não tem mais condição, Ou seja, hoje é opção, inclusive temos projetos para mais de 304 casas no mesmo empreendimento, onde o aquecedor solar foi retirado do projeto”, explicou.
Envolvidos devem ser investigados
A instalação de aquecedores em casas populares construídas no Piauí representa a mais perfeita demonstração de desperdício de dinheiro público e denota direcionamento do projeto para beneficiar fabricantes de um determinado produto que não possui nenhuma utilidade na nossa região.
Os envolvidos deveriam ser investigados pois é inconcebível que taís burocratas não conheço as peculiaridades das regiões brasileiras.
Ministério público
O Ministério Público Federal foi procurado pelo GP1 há cerca de um mês para que o órgão pudesse se pronunciar quanto à possibilidade de investigar o caso, até o momento não obtivemos resposta.
Fonte: GP1