Em São Julião, vaqueiro mais velho do município completa 100 anos; Seu Antônio Demóstenes um dos poucos sertanejos centenários comemorou a data com familiares e amigos
Administrador em 25 de dezembro de 2017
A coluna do aniversariante de hoje registrou na manhã desta segunda-feira (25) o mais novo centenário do município de São Julião.
Seu Antônio Demóstenes, como é conhecido, é de uma família de dez irmãos, onde apenas três estão vivos. Para comemorar a data que tão pouco sertanejos conseguem alcançar, que é uma data de 100 anos, reuniu a família e amigos de várias partes do Brasil, que se fizeram presentes em uma grande confraternização.
No evento de aniversário de Seu Antônio foi realizado uma missa na igreja de São Francisco, no povoado Mandacaru, e em seguida, um grande almoço com todos os amigos e familiares de Seu Antônio.
Diante de uma idade bem longa, Seu Demóstenes teve dois casamentos. Nascido em 25 de dezembro de 1917, Seu Antônio Demóstenes de Sousa é um sertanejo que foi vaqueiro até os 70 anos, onde costumava em seus tempos de vaqueiro levar rebanhos de gado do Piauí para o Pernambuco, sendo muito hábil em derrubar boi no meio da mata.
Seu Antônio Demóstenes sempre foi devoto de Santo Antônio, onde em suas derrubadas de boi sempre costumava usar uma imagem do Santo consigo, por debaixo do gibão, e acreditava que a imagem sempre lhe protegia durante as pegas de boi.
O evento do aniversário de Seu Demóstenes mobilizou a comunidade de São Julião em peso, por se tratar de uma idade bem avançada e pelo estado de saúde de Seu Demóstenes ser bem lúcido.
Umas das netas de Seu Antônio Demóstenes, Joelma Francisca, recitou um poema em homenagem ao mesmo, de Claese Rocha, afilhada de Seu Antônio que reside em Brasilia.
Confira o poema:
100 anos de Antônio Demóstenes
O Nordeste já deu grandes nomes
Construiu essa pátria de sonhos
Produziu e exportou riquezas
Com a força e o suor de muitos Antônios…
Mas Antônio Demóstenes aqui foram poucos
Talvez haja outro, não saberia dizer
E com esse tino para ser imortal
Somente há um, somente você…
Cá estás tu na centésima primavera
Uma jornada sem dúvida invejável
Por tantos caminhos, com idas e vindas
Num passo a passo inigualável…
O futuro chega para todo o mundo
Para todo ser, desfaz todos os ontens
A gente se esquece por onde passou
Mas vai fascinado por novos horizontes…
Andamos, corremos e paramos
Falta-nos energia para prosseguir
O vigor nos deixa, os olhos se fecham
Com o peso que tem todo o porvir…
Mas enquanto aqui, uma jornada se faz
Em luta, em fé, em trabalho, em sina
Importa aquilo que soubemos doar
O tempo que pune é o mesmo que ensina…
Ser imortal não é viver para sempre
É ser importante naquilo que se faz
É deixar um nome, um registro de esforços
É seguir adiante para o que ali jaz…
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