População rejeita água da barragem de Piaus e bebe água de carros-pipa
A maior parte desta água é utilizada para cozinhar, banhar, aguar plantas e dar aos animais, entre outras atividades caseiras. A população dessas cidades ainda não se acostumou com a água. Diz que tem muito cloro (“é salobra”).
Cleiton Jarmes em 07 de julho de 2014
Visitada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em janeiro de 2013, a adutora da barragem de Piaus, em São Julião (380 quilômetros ao sul de Teresina), foi concluída em outubro do ano passado e entregue à população em novembro, pelo então governador Wilson Martins (PSB). Oito meses depois, a população dos cinco municípios beneficiados pela adutora ainda bebe água de carros-pipas ou compradas de comerciantes d’água da região.
A barragem de Piaus é um mar de águas preto-azuladas que se estende por dezenas de quilômetros e tem capacidade de acumular 106 milhões de metros cúbicos. Já atingiu 40 milhões de metros cúbicos e hoje tem 30% disso, ou algo em torno de 11 milhões de metros cúbicos. Foi construída pelo DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), com investimentos de R$ 40 milhões. O sistema adutor de Piaus, que inclui a captação, tratamento e distribuição d’água começou a operar no final do ano passado.
Tem aproximadamente 110 metros de extensão e leva água às cidades de Campo Grande, Vila Nova do Piauí, Pio IX e parte de Fronteiras, além de São Julião. Segundo a Agespisa (Empresa de Águas e Esgotos do Piauí), a adutora tem capacidade instalada de 220 metros cúbicos d’água por hora. Hoje, opera com 91 metros cúbicos por hora, o que representa 91 mil litros d’água despejados por hora na tubulação que abastece as cinco cidades, num total de aproximadamente 35 mil pessoas, segundo a Agespisa.
A maior parte desta água é utilizada para cozinhar, banhar, aguar plantas e dar aos animais, entre outras atividades caseiras. A população dessas cidades ainda não se acostumou com a água. Diz que tem muito cloro (“é salobra”) e tem medo de provocar problemas renais. Francisco Leandro da Silva, o Tico, coordenador da Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec) de São Julião, diz que usa a água da barragem para tomar banho, aguar as plantas e dar para os animais.
Para beber, Tico, assim como quase toda a população, compra água de poço tubular. Gasta R$ 30,00 por mês, em média, dinheiro com que compra aproximadamente 400 litros. João Pedro Beniz, o Nem, dono de um restaurante em São Julião, também compra água para beber e dar aos clientes. Gasta em torno de R$ 120,00 por mês. Os dois são clientes de Domingos Ernesto da Silva, o Domingos da Água, que diz vender água para cerca de 200 residências na cidade e no povoado Mandacarú.
A água dele é captada de poço tubular em Alagoinha do Piauí, a 17 quilômetros de São Julião, e transportada numa camioneta F-4.000 adaptada. Domingos da Água diz faturar em torno de R$ 4 mil por mês nos períodos mais secos do ano.
Fonte: Diário do Povo
Deve ser meia duzia de metidos a riquinhos da cidade e abestados, se são apenas 200 clientes então deve ser realmente poucas pessoas que fazem isso e deve ser por vaidade, porque os outros devem estar bebendo normalmente e não há casos de problemas de saúde por causa da água. Faltou a essa reportagem ouvir esclarecimentos da Agespisa pra que o povo se sinta mais seguro.