Questão de ciências humanas do Enem 2019 é anulada
O item anulado trazia um texto sobre fome e meio ambiente
Isadora Freitas em 20 de novembro de 2019
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) anulou uma questão da última prova do Enem 2019. O item já havia aparecido no ano anterior no processo de aplicação para candidatos com deficiência visual, segundo o órgão.
A questão anulada é da prova de ciências humanas. Trata-se do item 90 do caderno azul (78 no caderno amarelo, 66 no caderno branco e 72 do caderno rosa). Todos os participantes fazem a mesma prova, mas em ordem diferente a cada conjunto de provas.
O instituto, ligado ao MEC (Ministério da Educação), informou que a anulação do item “não compromete o processo de estimação da nota das participantes”. O Enem é elaborado com a chamada TRI (Teoria de Resposta ao Item), conjunto de modelos matemáticos que garante, entre outras coisas, níveis de dificuldades comparáveis entre diferentes provas.
O item anulado trazia um texto sobre fome e meio ambiente. O Inep identificou, somente nove dias depois do fim do Enem, que essa questão fez parte do caderno de questões Braile e Ledor da aplicação do Enem 2018 (questão 56 do Caderno Laranja).
“O caderno Ledor é preparado para os aplicadores que atuam como ledores para os participantes que, por algum motivo, solicitam auxílio para a leitura da prova como recurso de acessibilidade”, diz nota do Inep.
As questões que compõem as provas acessíveis podem sofrer ligeira alteração comparadas à prova de aplicação regular, diz o Inep.
“As provas do Caderno Braile e Ledor, por exemplo, contém a descrição de gráficos, imagens, esquemas e outros recursos visuais utilizados e questões que inviabilizam ou dificultam demasiadamente a compreensão por parte dos participantes com algum tipo de deficiência visual são substituídas”.
Essa não é a primeira vez que itens do Enem são anulados. No ano passado, por exemplo, uma questão foi cancelada porque já tinha aparecido no vestibular de uma universidade federal em 2014.
Fonte: Folhapress