Após passar fome e dormir na rua, jovem do Piauí tenta carreira sertaneja no Goiás!
Depois de tentar a sorte em Brasília e na terra natal, Wesley Jairo dos Santos resolveu morar em Goiás, onde, como ele próprio diz, o “estilo sertanejo é mais forte”.
Cleiton Jarmes em 01 de novembro de 2014
O sonho de se tornar um cantor sertanejo de sucesso fez Wesley Jairo dos Santos Silva, de 23 anos, deixar a casa da família em Teresina, no Piauí, e desembarcar em Goiânia. Sem dinheiro e com poucas oportunidades desde que chegou à capital goiana, há cerca de dois meses, ele já dormiu algumas noites na rua e até passou fome por não ter como comprar comida. Desolado, o rapaz só voltou a ter esperança após conhecer um amigo, um estudante de arquitetura que ele considera um verdadeiro “anjo da guarda” em sua vida.
Depois de tentar a sorte em Brasília e na terra natal, Wesley resolveu morar em Goiás, onde, como ele próprio diz, o “estilo sertanejo é mais forte”. Com uma mala de roupas, um violão nas costas e R$ 320 no bolso, viajou quase 2 mil km em um ônibus clandestino do Piauí a Goiânia.
A primeira noite ele até consegui passar em um hotel, mas com pouco dinheiro e nenhum contato para trabalhar ou poder se apresentar, a situação foi se agravando. Para tentar economizar, ele passou as quatro noites seguintes dormindo na Rodoviária de Goiânia, no Setor Central, mas teve de sair. “Um guarda lá percebeu que ficava lá toda a noite e disse que não podia que tinha que sair”, disse ele ao G1.
Sem conseguir trabalho, ele dormiu mais alguns dias na rua e não tinha o que comer. Então, descobriu que um grupo de amigos se reunia todas as noites de sábado para distribuir lanches para mendigos e moradores de rua. Foi quando começou a amizade com o estudante de arquitetura José Joel da Costa Souza, também de 23 anos.
“Eu estava na rua e morrendo de fome. Então, conversei com alguns mendigos e eles em falaram que tinha um grupo que distribuía comida. Foi quando eu conheci o Joel. Ele me pediu para tocar uma música e depois me ajudou”, conta.
O estudante afirma que, naquele dia, começou a conversar com Joel e quando ouviu a sua história, se ofereceu para ajudá-lo. Ele conseguiu achar um hotel para Wesley e pagou a diária, no valor de R$ 40. Depois, ainda conversou com um amigo que é cantor e conseguiu ao sertanejo a possibilidade de fazer algumas participações em shows de outros artistas.
“Faço isso porque gosto e porque também tenho um sonho que tento realizar. É montar a “Escola da Paz”, que é o tema do meu projeto de conclusão de curso. Tenho vontade de implantá-lo em uma favela do Rio de Janeiro”, revela.
O gosto de Wesley por música se desenvolveu logo cedo. Cresceu ouvindo e cantando músicas de duplas sertanejas como João Paulo e Daniel, mas, antes de se decidir pelo ritmo sertanejo, tentou outros gêneros musicais. “Comecei a cantar com 11 anos, por incentivo de um professor de música. Já cantei em banda de forró, reggae, em igreja evangélica e pagode antes de me decidir pelo sertanejo. Nesse período, toquei em Teresina e também morei em Brasília”, lembra.
Em 2011, quando estava na capital deferal, Wesley recebeu a pior notícia de sua vida. “Me ligaram avisando que minha mãe tinha falecido por insuficiência respiratória depois de fumar por muitos anos”, lembra. Por falta de dinheiro, o cantor não conseguiu ir para Teresina acompanhar o sepultamento.
Três anos depois, quando já estava em Goiânia, o jovem foi obrigado a conviver com a mesma situação. Desta vez, ele havia acabado de fazer uma apresentação em um bar quando seu telefone tocou.
“Avisaram que meu irmão, que morava e trabalhava em Brasília, tinha sido assassinado. Fui para lá só para liberar o corpo, mas como não tinha dinheiro, também não puder ver o enterro no Piauí”, lamenta.
Esperança
Atualmente, Wesley vive em um quarto minúsculo, de aproximadamente seis metros quadrados, em uma rua sem saída no centro de Goiânia. Dentro, apenas uma cama – que ganhou de amigos -, algumas roupas e o inseparável violão. Ele segue em busca de mais oportunidades e de um emprego para se manter. “Creio no meu talento, em mim e em Deus. Não é fácil, mas vou insistir”, diz
O último aluguel, no valor de R$ 230, ele pagou com a ajuda de alguns colegas. O próximo, que vence no final deste mês, ele ainda não sabe como vai quitar. Apesar disso, ele não perde as esperanças de viver de música.
“Não tenho medo. O não eu já tenho, vou em busca do sim. Vou lutar ao máximo. E se não conseguir, volto para a minha terra”, pondera.
muito emocionante a historia dele, mais não desista você vai conseguir realizar o seu sonho!