Piauí tem menor taxa de encerramento de empresas do Nordeste, aponta IBGE
Carmo Neto em 22 de outubro de 2020
O Piauí teve saldo positivo entre saídas e entradas de unidades locais empresariais[1] em 2018. A taxa de entrada foi de 16,93% enquanto a taxa de saída foi de 15,93%. A taxa de saída do Piauí é a menor entre os estados do Nordeste e a quarta menor do Brasil, sendo maior apenas que as taxas obtidas nos três estados do Sul: Paraná (15,92%), Rio Grande do Sul (15,52%) e Santa Catarina (13,42%). Os dados são do estudo Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No total, o Piauí tinha 45.111 unidades locais empresariais ativas em 2018. Houve o ingresso de 7.638 unidades locais empresariais no mercado piauiense e a saída de 7.184 entre 2017 e 2018. O setor de Eletricidade e gás teve a maior taxa de saída no período, perdendo 37,7% das unidades locais que possuía. Vinte estabelecimentos do setor estavam ativos em 2017 e foram fechados em 2018, totalizando 53 unidades locais abertas em 2018, o que representa 0,1% do total de unidades locais existentes no Piauí.
Já a maior taxa de entrada (26,4%) de unidades locais empresariais do estado foi no setor de Artes, cultura, esporte e recreação. Das 405 unidades locais do setor existentes no estado em 2018, cerca de 26,4% (107) ingressaram no mercado ainda em 2018. O setor possui apenas 0,9% do total de unidades locais atuantes no estado.
Ao contrário do Piauí, o Brasil teve saldo negativo em 2018, com taxa de entrada de 16% e taxa de saída de 17,2%. O país, que tinha 4,8 milhões de unidades locais empresariais ativas em 2018, teve entrada de 775 mil unidades e saída de 829 mil.
Piauí apresenta a segunda maior taxa de sobrevivência de unidades locais de empresas no período de 10 anos
Em 2018 estavam funcionando ainda cerca de 25,3% das 612.954 unidades locais de empresas instaladas em 2008 no Brasil. No Piauí, das 4.388 unidades locais instaladas em 2008 cerca de 30% delas permaneciam funcionando em 2018, o segundo maior indicador do país, atrás apenas do registrado em Santa Catarina (32,1%).
O estudo mostra ainda que 83,1% das unidades locais empresariais do Piauí que estavam ativas em 2017 continuavam em atividade no ano seguinte, 2018. O percentual expressa a taxa de sobrevivência das unidades locais empresariais do estado. A taxa de sobrevivência das unidades locais empresariais do Piauí é pouco menor que o verificado para o Brasil (83,9%).
Das 45.111 unidades locais empresariais existentes no Piauí, em 2018, 37.473 já estavam ativas em 2017. A proporção de sobrevivência das unidades locais empresariais do estado cresceu, passando de 76,1% em 2008 para 83,1% em 2018. Em 2018, o Piauí obteve a quinta maior taxa de sobrevivência do Nordeste, atrás da Paraíba (84,3%), Bahia (83,7%), Ceará (83,6%) e Sergipe (83,4%).
Menos de 1% das unidades locais empresariais do Piauí são de alto crescimento
O Piauí tem apenas 402 unidades locais empresariais classificadas como de alto crescimento: aquelas cujo crescimento médio de pessoas ocupadas assalariadas é superior a 20% no período de três anos. O estudo considera apenas as unidades locais com pelo menos 10 pessoas empregadas. A quantidade desses empreendimentos representa apenas 0,89% do total (45.111) de unidades locais existentes no Piauí.
Quase metade (48%) das unidades locais de alto crescimento do Piauí atua no setor de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, um total de 193 unidades. No entanto, o setor com maior número de trabalhadores assalariados é o de Atividades administrativas e serviços complementares, com 6,3 mil pessoas ocupadas assalariadas, cerca de 32,4% do total (19.486).
Já a maior média salarial das unidades locais de alto crescimento piauienses está no setor de Educação. O setor paga salário médio de R$ 3.155,58, de acordo com os dados de 2018. O valor é 105% superior à média salarial geral das unidades locais de alto crescimento do Piauí, que é de R$ 1.538,82.
Apenas 35 unidades locais de alto crescimento do Piauí são consideradas “gazelas”, ou seja, tinham no máximo cinco anos de idade em 2018, ano de referência da pesquisa. A maioria delas (54,3%) atua no setor de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e o setor com mais pessoas ocupadas assalariadas é o de Atividades administrativas e serviços complementares, com 1.043 trabalhadores, ou 59,8% do total.
A maior média salarial entre as unidades locais de empresas “gazelas” piauienses é do setor de Alojamento e Alimentação, cujo média é de R$ 2.996,83. O valor é cerca de 51,2% acima do salário médio paga pelas unidades locais de empresas “gazelas” do Piauí (R$ 1.981,27).
Fonte: Ascom/IBGE