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Piauí deverá enfrentar novo pico da Covid-19 no fim do ano

em 21 de novembro de 2020

O Piauí deve enfrentar um novo pico da Covid-19 no final do ano e início de 2021. A expectativa acontece em razão do mês de dezembro, onde as confraternizações de final de ano devem puxar a curva de infecção para cima, como fizeram as eleições durante o mês de outubro, com registro diário de até 16 mortes por dia, semelhante ao pico que o Estado enfrentou em junho.

A doença no Piauí diminuiu de forma acentuada no mês de agosto, mas retomou com alta no número de novos casos e de óbitos, conforme os boletins emitidos diariamente. A preocupação é que o estado chegue a médias diárias de mortes superiores às registradas em junho, como tem acontecido nos Estados Unidos e Europa que vivem situação de lockdown parcial em razão do número assustador de novos casos.

Bruno Ribeiro, médico intensivista do Centro de Operações de Emergência do Piauí (COE-PI), explica que as medidas de isolamento social funcionaram ao ponto de conter a doença no início do segundo semestre. “O pico da doença no Piauí foi no mês de junho, com a maior média diária de novos casos registrados. A partir de julho e, principalmente, agosto, as médias começaram a cair, tanto em relação aos casos como em relação aos óbitos. Houve dias com menos de 300 casos e dias com apenas um óbito”, contabiliza.

O  médico Bruno Ribeiro. Crédito: Sesapi.

No entanto, a situação tem ficado cada vez mais grave, sobretudo fora da capital, que tem mantido os níveis de mortes e novos casos de forma estável.  “No início de outubro, com a liberação de eventos para até 100 pessoas e campanhas eleitorais, houve uma elevação no número de casos e óbitos, principalmente no interior”, acrescenta Bruno.

Mesmo após o primeiro turno da campanha política, a tendência é de elevação da curva no interior do Estado. “Essa tendência veio se sustentando. Antes a média era de quatro óbitos, mas já chegamos a 16 em um só dia. Esse patamar se mantém sem previsão de queda”, atesta o médico intensivista.

Confraternizações podem aumentar disseminação 

Pensando em fazer uma confraternização de final de ano com a família em 2020? Os especialistas garantem que é melhor esperar a vacina. Os encontros familiares devem impulsionar os números de casos e mortes pelo novo coronavírus, segundo estimativa do COE-PI.

Bruno Ribeiro pontua a previsão pessimista. “A perspectiva para dezembro? Não sabemos. Se houver confraternizações, muitas reuniões com aglomerações como se a doença já não mais existisse, é possível que infelizmente os casos aumentem, como aconteceu durante a campanha”, aponta.

Segunda onda antes da superação da primeira?

O prefeito Firmino Filho negou a necessidade de lockdown em Teresina, mas o governador Wellington Dias publicou no Diário Oficial da União (DOU) que o Piauí está em situação de emergência. Estudiosos da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acreditam que a segunda onda veio sem a superação da primeira.

O país retornou ao patamar de mais de 30 mil casos e de aproximadamente 600 mortes pelo novo coronavírus por dia. Entre as semanas 45 e 46, houve subida de mais de 65% nas infecções e de 42% em óbitos, resultado do abandono das medidas de contenção da doença impulsionadas pelas eleições municipais.

Só entre as semanas 45 e 46, houve uma subida de mais de 65% nas infecções, passando de 117.956 novos registros semanais para 195.398. O incremento nas mortes foi de 42%, quando o acúmulo de óbitos em sete dias saltou de 2.385 para 3.389. Entretanto, atraso na atualização dos dados, devido a uma tentativa de invasão aos sistemas do Ministério da Saúde, pode ser uma das explicações para as grandes divergências entre um fechamento e outro. Ainda assim, ao comparar a semana 44 com a 46, os incrementos são de 26% em relação aos casos, e de 13,7% quanto às mortes.


Via Meio Norte

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