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Março termina com apenas uma vaga de UTI disponível em leito público no interior do Piauí

em 01 de abril de 2021

Dados levantados por pesquisadores da UFPI e Fiocruz-Piauí

O último dia do mês de março retrata o colapso na rede pública do Piauí. Levantamento de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)- Piauí mostra que apenas uma região de saúde não estava em colapso e a cidade de Oeiras, no interior do estado, contava com um leito de UTI disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nessa quarta-feira (31).

Os dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) confirmam a situação, difícil até para quem pode pagar pelo atendimento médico particular ou tem plano de saúde. Março fechou com apenas 21 leitos disponíveis de UTI na Capital. Atualmente, a fila de espera é de mais de 100 pacientes.

O levantamento da UFPI e Fiocruz- Piauí leva em consideração as regionais de saúde. O professor Emídio Matos esclarece que o estado é dividido em 11 Territórios de Desenvolvimento, mas em relação à Covid-19, foi dividido em oito que são as regiões onde há UTIs. O mapa, baseado em dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), mostra que, no interior do estado, havia apenas uma vaga de UTI disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na cidade de Oeiras, nesta quarta-feira (31).

VEJA SITUAÇÃO POR REGIONAIS DE SAÚDE

Chapada das Mangabeiras (Bom Jesus) – colapsado

Serra da Capivara (São R. Nonato) – colapsado

Vales dos Rios Piauí e Itaueiras/ Tabuleiros do Alto Parnai?ba (Floriano) – colapsado

Vale do Canindé (Oeiras) – um leito disponível

Vale do Rio Guaribas/ Chapada Vale do Rio Itaim (Picos) – colapsado

Entre Rios/ Carnaubais/ Vale do Sambito (Teresina) – colapsado

Cocais (Piripiri) – colapsado

Planície Litorânea (Parnaíba) – colapsado

“Os dados mostram que estamos com mais de 120% de ocupação. Temos uma fila de aproximadamente 113 pacientes, ou seja, na prática não tem leito desocupado. O que acontece é que, às vezes, o senso hospitalar é repassado em um momento em que surgiu um leito que está sendo preparado para outro paciente que está à espera. No último levantamento surgiu uma vaga em Oeiras, mas se tiver um paciente esperando em Teresina, será que dá tempo chegar lá? na prática, está tudo colapsado”, explica Matos.

O professor destaca que o levantamento é importante para que as autoridades tenham um panorama da situação da ocupação de UTIs públicas no estado.

“Estamos prestando uma consultoria voluntária. Temos trocado informações diariamente com a Secretaria de Estado, conversamos com o governador e apresentamos ao Comitê de Operações Emergenciais (COE). Esse levantamento é diário. A gente está pegando os dados, transformando informação e a informação em conhecimento para tomada da decisão da gestão”, explica Emídio Matos.

O grupo de pesquisa é formado por professores e alunos das áreas de Saúde e Engenharia da UFPI e Fiocruz- Piauí.

UTIS DISPONÍVEIS NA CAPITAL EM 31 DE MARÇO

Em Teresina havia 21 vagas de UTIs disponíveis no último dia de março. O levantamento da Sesapi também leva em consideração os Territórios de Desenvolvimento. As vagas disponíveis ontem (31) eram no Território Entre Rios que compreende a Capital. A situação dos leitos de UTI era  a seguinte: Maternidade Dona Evangelina Rosa (4 vagas), Hospital Infantil Lucídio Portella (3 vagas), Prontomed (3 vagas), Unimed (3 vagas), Hospital de Terapia Intensiva (2 vagas), Hospital de Urgência de Teresina (2 vagas), Hospital Geral do Monte Castelo (2 vagas), Hospital Rio Poty (1 vaga) e Hospital Universitário (1 vaga).

Dados levantados pela Sesapi

No estado, até o momento, a cobertura vacinal só atingiu 5,03%. O mês de março, que terminou ontem (31), foi mais letal desde o inicio da pandemia com três dias consecutivos de mortes acima de 30 pacientes.


Via Cidade Verde

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