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Quase duas mil prostitutas fazem paralisação por prioridade na vacinação em MG

em 03 de abril de 2021

Hotéis da zona boêmia de Belo Horizonte — Foto: Ricardo Pessetti/Divulgação (Imagem cedida por Bruno Faria)

Hotéis da zona boêmia de Belo Horizonte — Foto: Ricardo Pessetti/Divulgação (Imagem cedida por Bruno Faria)

Quase duas mil prostitutas de Belo Horizonte paralisaram suas atividades nesta semana. As profissionais do sexo de Minas Gerais querem ser incluídas no grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde.

Para pressionar as autoridades, a Associação das Prostitutas de Minas (Aprosmig) orientou a categoria a cruzar os braços por tempo indeterminado e retomar as atividades apenas quando tiverem garantia de imunização.

Com hotéis da zona boêmia da capital fechados, e tendo que se arriscar nas ruas para trabalhar, elas querem ser incluídas no grupo prioritário para vacinação contra a Covid-19.

“Nossa profissão é de risco. Muitas estão afastadas com medo”, disse a presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), Cida Vieira.

Segundo Cida, a vacina é fundamental para que elas possam voltar ao trabalho com segurança.

“Muitas de nós estão sem ajuda e nenhum benefício. A sociedade hipócrita precisa dos nossos serviços, mas nos repele. Muito preconceito e estigma. O que aumentou com a pandemia”, disse ela.

Com a onda roxa, que entrou em vigor no dia 17 de março, os hotéis da região da Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte, foram fechados, deixando mais de três mil mulheres cis e trans sem trabalho.

Muitas tinham conseguido o auxílio emergencial de R$ 600 no ano passado. Agora, elas tentam receber o novo benefício, menos da metade do disponibilizado no ano passado.

“Muitos filhos de trabalhadoras sexuais estão necessitando de leite, fraudas, cestas básicas, itens de higiene. Muito triste”, disse Cida.

Segundo a Aprosmig, Minas Gerais conta com mais de 80 mil profissionais do sexo em todo estado. Na grande Belo Horizonte está a maior concentração, com 12 mil. Desde o início da pandemia, algumas deixaram de trabalhar com o temor de infecção, enquanto outras não tiveram opção por conta da necessidade financeira.


Fonte: G1/Época

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