Após AVC durante gravação, morre Umberto Magnani, o padre de ‘Velho Chico’
A assessoria de comunicação da Rede Globo informou que um novo padre, interpretado por Carlos Vereza, assumirá a paróquia de Grotas na novela.
Cleiton Jarmes em 27 de abril de 2016
O ator Umberto Magnani, o padre Romão de “Velho Chico”, morreu nesta quarta-feira (27), aos 75 anos. A informação foi confirmada ao UOL pela atriz Isadora Ferrite, amiga da família. Magnani passou mal na última segunda-feira, durante as gravações da novela, e sofreu um AVC hemorrágico. Ele estava internado, em coma, no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e chegou a passar por uma cirurgia no cérebro.
O velório acontecerá no Teatro de Arena, em São Paulo, mas a data ainda não foi divulgada.
Filha do ator Zanoni Ferrite, amigo de Magnani, Isadora afirmou que cada parente reagiu à notícia do falecimento do ator de uma forma diferente.
“Ele estava em um momento lindo da carreira. Para alguns aconteceu da melhor forma possível. Ele apagou e não sentiu nada. Estava com um personagem lindo, fazendo sucesso. Outros [familiares] ficam mais apegados e desesperados por perdê-lo”, afirmou a amiga, emocionada, em entrevista ao UOL por telefone a caminho do hospital. Isadora falou que se lembrará do ator pela leveza de espírito que ele tinha. “É a pessoa mais generosa e divertida. Fazíamos uma peça juntos em que ele vestiu o meu figurino de mulher, desceu do palco só para sacanear a camareira e falar: ‘você colocou tudo errado’. Ele tinha esse humor”, compartilhou.
A assessoria de comunicação da Rede Globo informou na tarde desta terça-feira que um novo padre, interpretado por Carlos Vereza, assumirá a paróquia de Grotas do São Francisco na trama.
Magnani é um dos poucos atores que participam das duas fases da novela das 21h. Na trama, o religioso é grande conselheiro de Santo (Domingos Montagner). Nos próximos capítulos da história, Romão incentiva o presidente da cooperativa a lutar pela população de Grotas de São Francisco. Por conhecer tão bem o filho de Belmiro (Chico Diaz), também desconfia do interesse dele pela volta de Tereza (Camila Pitanga).
A Record, emissora na qual está no ar com a reprise de “Chamas da Vida”, lamentou a morte em nota oficial: “Externamos nossa solidariedade à família, aos amigos e fãs de Umberto Magnani.”
BIOGRAFIA
Nascido em 1941 em Santa Cruz do Rio Pardo, no interior paulista, Umberto Magnani havia retornado recentemente à Globo, após dez anos longe da emissora. Desses, ele passou oito na Record, onde atuou em produções como “Chamas da Vida” (2008), “Balacobaco” (2012) e a minissérie bíblica “Milagres de Jesus” (2014).
O ator iniciou sua carreira na televisão na primeira versão de “Mulheres de Areia”, exibida pela TV Tupi em 1973. Na Globo, sua estreia veio em 1982, quando participou da série “Caso Verdade”.
Na emissora, ele atuou em várias produções escritas por Manoel Carlos, como “Felicidade” (1991), “História de Amor” (1996), “Presença de Anita” (2001) e “Páginas da Vida” (2006). Com Benedito Ruy Barbosa, autor de “Velho Chico”, ele já havia trabalho no remake de “Cabocla” (2004).
Magnani também teve uma carreira extensa no teatro, que teve início quando ele ingressou na Escola de Artes Dramáticas (EAD), em 1965. Em 1968, ele trabalhou com Ruth Escobar e chegou a substituir Antonio Fagundes no Teatro de Arena, na peça “Primeira Feira Paulista de Opinião”, de Lauro César Muniz.
Nos anos 1980, o ator recebeu duas vezes o Troféu Mambembe, por “Lua de Cetim” e “Às Margens do Ipiranga”, e duas o Prêmio Governador do Estado, também por “Às Margens do Ipiranga” e “Nossa Cidade”. Seu último trabalho nos palcos foi a peça “Elza e Fred”, na qual foi protagonista ao lado de Suely Franco. O espetáculo ficou em cartaz entre 2014 e 2015.
Magnani também se envolveu com o lado político e administrativo do teatro, tendo ocupado importantes cargos públicos na área. De 1977 a 1990, ele foi diretor regional da Fundação Nacional de Artes Cênicas, do Ministério da Cultura. Ele também chegou a ser presidente da Comissão de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em 1985, e secretário da Cultura e Turismo em Santa Cruz do Rio Pardo entre 2001 e 2002.
Fonte: Com informações do UOL