Vereador de Simões tem casa revirada pela polícia “É um desrespeito”, disse
A residência do vereador do município de Simões, Gilson Cândido de Lima, foi um dos alvos da polícia da ‘Operação Ventos’, deflagrada nesta quarta-feira, 27,
Cleiton Jarmes em 28 de abril de 2016
A residência do vereador do município de Simões, Gilson Cândido de Lima, foi um dos alvos da polícia da ‘Operação Ventos’, deflagrada nesta quarta-feira, 27, simultaneamente nas cidades de Simões, Marcolândia e Caridade do Piauí.
No momento da ação não havia ninguém no interior da casa. Os policiais, então, arrombaram o portão e a porta da casa, entraram e reviraram toda a casa. As imagens dão ideia de quem um vendaval passou pela casa. Quase nada ficou no lugar.
Logo na sala, um dos sofás foi deixado emborcado. No quarto do vereador, roupas foram retiradas de guarda-roupa e espalhadas pelo chão. Os objetos que estavam numa escrivaninha também foram espalhados. O ar condicionado do tipo janela foi danificado, a água de um bebedouro derramada e um cofre com dinheiro foi levado.
Gilson contou que o quarto onde estão guardados objetos pessoas de seu filho, que é enfermeiro e reside na África, também foi todo revirado. “Tá tudo pelo chão. Ele viajou e deixou tudo organizado, guardado, e agora chego aqui e encontro tudo jogado pelo chão. As gavetas da cômoda estão arrancadas. Isso é revoltante, não tem como a gente se conformar com uma cena dessa”, disse. São DVDs, porta retratos, roupas, calçados.
Na segunda sala, onde está uma estante, ficaram as marcas da violência da ação policial. As gavetas foram retiradas e deixadas sobre uma mesa junto com litros de uísque. As marcas se espalham também na cozinha. Um armário foi todo revirado e as panelas e outros objetos deixados espalhados pelo chão. Ao lado da cozinha, um pequeno quarto utilizando como um pequeno depósito, mais bagunça. Tudo foi revirado e deixado espalhado.
As cenas de destruição deixaram o vereador indignado. “Fiquei sabendo que eles [a polícia] estavam na minha casa, mas quando cheguei, por volta das 6 horas, não achei mais ninguém. Encontrei as portas da minha quebrada e tudo revirado”, disse.
O vereador Gilson questionou a ação da polícia, alegando que não havia mandato de busca para sua casa. Ele afirmou que teve acesso ao mandato de busca e apreensão, que segundo ele, era direcionado para a residência de seu filho, situada na rua Manoel Elpídio de Carvalho. “Aqui é Rua José Carvalho, é minha residência não tem nada a ver. […] Meu filho é maior, tem a moradia dele, é pai de família, tem a condição dele e vive por conta dele”, disse. O parlamentar afirmou que seus direitos foram violados. “Houve abuso, houve invasão. Vou procurar meu advogado e levar o caso para a corregedoria, para onde for necessário. Vou atrás dos meu direitos. Quero acreditar na justiça. É muito revoltante, muito angustiante ver minha casa desse jeito”.
Gilson enfatizou que não deve à justiça e não tem nada a esconder. “Se tivessem me procurado eu tinha vindo abrir as portas. Vinha com toda clareza, de boa vontade, abria todas elas para eles olharem, tudo o que eles quisessem ver eu daria ordem. Eu tenho 63 anos de idade, tenho um bom comportamento, tenho quatro mandatos de vereador aqui na minha cidade. […] O que é meu está tudo aberto para quem quiser investigar, sigilo bancário, de telefone, o que quiser, minhas propriedades. Não tenho nada irregular na minha vida”, pontou.
Ao final da entrevista, visivelmente emocionado, Gilson agradeceu às várias manifestações de apoio que recebeu dos amigos e falou do seu sentimento. “Meu sentimento, agora, é de eu não sou cidadão de bem. Foi assim que fui tratado. Entraram em minha casa, invadiram minha privacidade e quebraram tudo o que tem aqui dentro. Isso não é coisa de se acontecer com um pai de família, com uma pessoa que representa o povo, que contribui com a sociedade de Simões. Fui presidente da Câmara Municipal para dar bom exemplo, não é para virem evadir a minha privacidade” disse.
Fonte: Cidades na net