Picos: PRF diz que cidade tem risco elevado de exploração sexual
No Piauí, cidades como Teresina, São João da Fronteira, Parnaíba e Picos apresentam elevado grau de risco. A primeira, por apresentar todos os problemas que abrangem uma capital,
Cleiton Jarmes em 14 de maio de 2016
Na noite desta sexta-feira (13), policiais rodoviários federais realizaram ações de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes em Teresina e outros 4 pontos do interior do Piauí, sendo 1 em Oeiras, 2 em Simplício Mendes e 1 em Bom Jesus. Em Teresina, seis jovens foram apreendidos, com idades entre 14 e 17 anos, em situação de exploração sexual.
No Piauí, cidades como Teresina, São João da Fronteira, Parnaíba e Picos apresentam elevado grau de risco. A primeira, por apresentar todos os problemas que abrangem uma capital, quais sejam, desigualdade social, com circulação de riquezas encontrando pessoas precisando de recursos, além da violência, entre outros. São João da Fronteira e Picos apresentam grande quantidade de caminhões que muitas vezes pernoitam no local, sendo a primeira em razão de estar localizada na divisa com o Ceará e a segunda por ter entroncamentos de rodovias. Nestes locais, a riqueza, mesmo que temporária, dos profissionais responsáveis pela circulação de cargas, encontra a pobreza e a necessidade da população local, o que favorece a exploração. Já em Parnaíba, o turismo é o principal fator de risco.
Na ação em Teresina, foram apreendidos 6 adolescentes, todos em locais que os colocavam em situação de vulnerabilidade em relação à possibilidade de prostituição. Destes, 3 com idades de 14, 16 e 17 anos, foram encontrados por volta de 23:00 horas no Km 4 da BR 316. Uma adolescente de 14 anos foi flagrada por volta de meia noite na localidade Areias, na zonal sul da Capital e, já por volta de 2 horas da madrugada de sábado (14), 2 jovens, de 16 e 17 anos, foram apreendidos no Km 2 da BR 343, em frente ao Cemitério São Judas Tadeu, na Avenida João XXIII.
Todos foram encaminhados ao Conselho Tutelar para adoção das medidas cabíveis, sempre com o acompanhamento dos representantes da OAB e do Poder Judiciário, que estavam nos locais.
Durante o atendimento às ocorrências, a PRF informou que foi garantida a proteção aos adolescentes apreendidos, dando-lhes tratamento digno, respeitando-os e ofertando toda a assistência possível para que já se formasse a base de um procedimento para ajudar a mudar a realidade de cada um. A PRF acredita e sem empenha na proteção às crianças e adolescentes como meio de levar segurança com cidadania a toda a sociedade.
Na Capital, acompanharam o trabalho equipes da OAB, Conselho Tutelar e Poder Judiciário. Simultaneamente, ocorreram operações em outros 27 pontos, localizados em 11 Estados pelo Brasil.
As ações fazem parte do cronograma da PRF, que combate os crimes desta natureza diuturnamente. A cada dois anos, a Polícia Rodoviária Federal implementa em todo o país o mapeamento dos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias e estradas federais. Com o nome de “Projeto Mapear”, em 2003, foi realizado um levantamento de vários pontos com características específicas, como:
– vigilância;
– circulação de pessoas;
– prostituição de adultos;
– consumo de bebidas alcoólicas.
Estes itens poderiam tornar o local suscetível a ocorrências desse tipo de crime. Na época, o objetivo desse projeto foi obter dados e indicadores que pudessem ser estudados e monitorados para que fossem desenvolvidas estratégias em vários setores, visando à prevenção, o enfrentamento e a efetiva proteção de crianças e adolescentes vítimas de abusos e crimes diversos.
Em todo o Brasil, durante os meses de novembro e dezembro de 2015, a PRF levantou 1262 pontos vulneráveis à ocorrência de exploração sexual de crianças e adolescentes – ESCA nas rodovias federais, sendo que 612 pontos desse total foram considerados críticos e de alto risco.
No mês de abril de 2016, foi realizada a confirmação de 42 pontos com fortes indícios de exploração sexual de crianças e adolescentes para, assim, subsidiar as ações de combate e repressão a esse tipo de prática criminosa.
O levantamento apontou uma redução de 36% do número de pontos vulneráveis à ESCA nas rodovias federais, tendo a região Sudeste alcançado o maior índice de declínio (60%). Dos pontos identificados como suscetíveis à exploração de menores, 68% estão em rodovias e estradas inseridas em áreas urbanas, sendo as regiões Sul e Nordeste os locais com maior número de pontos levantados, 30,6% e 29,5%, respectivamente.
Fonte: Ascom