“Eles acharam normal a situação”, diz promotora sobre estupro em Bom Jesus
O diálogo acima foi entre a promotora de Bom Jesus, Gabriela Almeida de Santana com os quatros adolescentes apreendidos suspeitos de estupro coletivo em Bom Jesus (a 635 km de Teresina) durante depoimento.
Cleiton Jarmes em 24 de maio de 2016
O diálogo acima foi entre a promotora de Bom Jesus, Gabriela Almeida de Santana com os quatros adolescentes apreendidos suspeitos de estupro coletivo em Bom Jesus (a 635 km de Teresina) durante depoimento.
Gabriela Santana conta que se surpreendeu com o quadro de normalidade encarada pelos menores diante da cena de abuso. Os quatro negam a participação no estupro e apontam como culpado o jovem de 18 anos preso pela polícia.
Como negam participação, os quatros contam a mesma versão do crime. Que foram para a obra abandonada no centro de Bom Jesus para apreciar a vista, levando uma garrafa de cachaça pitú. Lá, os adolescentes contam que apenas o rapaz de 18 anos abusou da menina.
“Como eles estão na mesma cela, a impressão que temos é que eles combinaram depoimentos. Eles não esboçam nenhum arrependimento, negam participação e se mostraram muito tranquilos, falam a mesma versão com riqueza de detalhes”, disse a promotora.
Transferência para Teresina
A promotora confirmou que pediu a transferência dos quatros adolescentes de Bom Jesus para Teresina. Eles estão apreendidos na Delegacia da cidade e serão trazidos para o CEM (Centro de Internação Provisória). A transferência é por questão de segurança dos menores, já que a delegacia não tem estrutura e devido a ameaças que estariam sofrendo, segundo denúncias dos próprios adolescentes.
O CEM só poderá receber os menores após autorização do juiz de Bom Jesus.
Gabriela Santana confirmou que pediu a internação provisória em Teresina e eles ficarão 45 dias internados no CEM enquanto providencia a representação. Segundo ela, laudo confirma o estupro na garota e que agora aguarda outros exames como DNA para provar o estupro coletivo.
A promotora pediu que seja realizado um estudo psicossocial com os jovens, seus familiares ou responsáveis, para que sejam encaminhadas informações sobre a situação pessoal, familiar e social dos adolescentes.
Obra abandonada
Gabriela contou que achou estranho eles usarem uma obra abandonada para realizarem festas. Segundo ela, eles alegaram que foram contemplar a vista e que não beberam e nem se drogaram.
“Não creio nessa versão, a obra é de um andar e não tem vista bonita ao redor”, disse a promotora.
Orientação da família
A promotora alertou também para que os pais acompanhem melhor seus filhos, principalmente com a facilidade da informação via internet.
Fonte: Cidade Verde