Enem no Piauí pode ser adiado com ocupação em campus da UFPI de Picos
O reitor da Ufpi, José Arimatéia Dantas, ressalta que as provas marcadas para o campus de Teresina não sofrerão alteração no calendário.
Cleiton Jarmes em 25 de outubro de 2016
A aplicação de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser comprometida no Piauí devido a ocupação de estudantes na Universidade Federal do Piauí (UfpiI). No Estado, a situação é restrita aos candidatos que prestarão o Exame no campus da Instituição no município de Picos, onde o movimento dos universitários dura quase uma semana.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que, se as escolas (onde acontecerão provas do Enem) não forem desocupadas até 31 de outubro, a prova será adiada para os inscritos nesses locais.
Na semana passada, além do Piauí, estudantes ocupavam pontos de aplicação de provas em mais 10 estados.
Segundo Mendonça, o MEC já tomou a decisão de aplicar nova prova do Enem em data posterior para esses alunos que eventualmente sejam prejudicados por ocupações em escolas. Ele descartou a possibilidade de realocar a prova para outras escolas por problemas de logística.
O reitor da Ufpi, José Arimatéia Dantas, ressalta que as provas marcadas para o campus de Teresina não sofrerão alteração no calendário.
“A ocupação não vai impedir a realização de provas no Enem no campus da UFPI em Teresina, uma vez que, o movimento tem sido pacífico e os estudantes estão limitados à parte da reitoria. Na Capital, não há qualquer alteração, nem mesmo comprometimento das aulas. Em Picos, a situação é diferente pois existem vários pontos de mobilização dentro do campus. Estamos dialogando e acredito que haverá a desocupação durante essa semana”, disse Dantas.
O reitor acrescenta que há uma nova assembleia marcada com os estudantes para esta segunda-feira (24). As ocupações em diversos estados são motivadas pela rejeição à medida provisória que trata da reforma do ensino médio e também contra a PEC do teto de gastos públicos.O reitor da UFPI acrescenta também que aguarda pautas locais a serem discutidas com os manifestantes.
“Estive com os estudantes por três vezes. Fui até eles para receber a pauta de reivindicações, mas esta não foi entregue. Remarcamos, novamente, no sábado (22), em um horário escolhido por eles, estive lá e mais uma vez, a pauta não me foi entregue. Estou com expectativa de que hoje receba essa pauta por escrito para que eu possa me manifestar também por escrito”, disse.
O reitor esclarece que algumas demandas locais dos estudantes já foram atendidas como a reabertura da Unidade I da residência estudantil, que havia sido fechada por problemas técnicos.
“Construimos uma nova unidade com um número maior de vagas. Inclusive, demoramos a concluir o projeto porque ouvimos os estudantes. Essa residência será aberta em 2017. Outra demanda é uma creche, mas não temos recursos para cosntruir uma creche. Mas, apartir do próximo ano, vamos oferecer bolsa-creche para todas as estudantes que tiverem filhos de até três anos de idades. Não cortamos bolsa- permanência, não cortamos bolsa Pbic…e outras, assim como fizeram algumas instituições federais no país. Apesar das limitações, temos honrado com nossos compromissos”, disse Dantas. Mais de 30 alunos ocupam a instituição.
Em todo o país, 8.627.195 estudantes confirmaram a inscrição e estão aptos a fazer as provas nos dias 5 e 6 de novembro. O Enem será aplicado em 1.727 municípios e no Distrito Federal, em cerca de 17 mil estabelecimentos como escolas, faculdades e institutos.
Ameaça judicial
O MEC diz que, caso as provas precisem se reaplicadas posteriormente, os custos da aplicação da prova (cerca de R$ 90 por aluno) serão cobrados judicialmente de alunos e entidades que sejam identificados como responsáveis pelas ocupações. Segundo o ministro, a Advocacia Geral da União (AGU) será acionada para avaliar como cobrar os responsáveis pelas ocupações.
Um ofício do MEC solicitando a lista de nomes dos alunos que participam de ocupações já chegou ao Piauí e está sendo analisado pela reitoria.
Fonte: Cidade Verde