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Mãe que jogou recém-nascida no lixo é identificada em São M. do Tapuio – PI

A mãe identificada, que não teve a identidade revelada, poderá responder por Abandono de incapaz que é posto no código penal brasileiro no capítulo da periclitação da vida e da saúde.

em 14 de fevereiro de 2017

Criança abandonada (Foto: Divulgação)

Foi identificada no município de São Miguel do Tapuio, no Piauí, a mãe que abandonou uma recém-nascida dentro de um saco de lixo encontrada na manhã da ultima segunda-feira, 13 de fevereiro, por funcionários que fazem a coleta de lixo no município.

A mãe identificada, que não teve a identidade revelada, poderá responder por Abandono de incapaz que é posto no código penal brasileiro no capítulo da periclitação da vida e da saúde, no art.133 Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono.

A criança foi abandonada dentro de um saco plástico, enrolada em panos e colocada em um tambor utilizado para a coleta de lixo, localizado no Bairro Canto. Os garis que fazem o serviço de coleta diariamente perceberam que havia algo de estranho no lixo coletado naquele instante, ao abrir o saco plástico se surpreenderam com a criança, do sexo feminino, ainda com vida.

A criança encontrada foi levada para procedimentos no Hospital José Furtado de Mendonça onde recebeu os primeiros atendimentos médicos. Ao dar entrada na unidade a criança ainda estava com o cordão umbilical. Segundo o médico de plantão a criança aparenta ser de 9 meses, e ter na faixa de 2 kg.

A criança se encontra em cuidados médicos da unidade de saúde, onde aguarda os procedimentos referentes à assistência social.

A mãe foi identificada após uma ação da Polícia Civil comanda pelo delegado Anchiêta Nery que traçou uma linha de investigação e após um minucioso levantamento de informações junto aos órgãos ligados a saúde e com o apoio da população de São Miguel do Tapuio, o caso foi solucionado.

“A população de São Miguel ajudou bastante na elucidação do caso. Desde o momento em que a criança foi encontrada nós passamos a receber informaçõe satravés de ligações telefônicas. Isso foi fundamental para finalizarmos essa investigação localizando a mãe”, disse o delegado.

Após o levantamento das informações, a polícia localizou uma residência cujos moradores poderiam ter ligação com o caso. Depois de algumas horas de conversa, uma mulher confessou que ela era a mãe da criança. A mulher é moradora de São Miguel do Tapuio.

“Constatamos que ela passou por uma grave alteração hormonal após o parto e acabou praticando esse abandono. Ela disse que escondeu a gravidez da família, tinha um quadro depressivo preexistente e ficou desesperada quando entrou em trabalho de parto, em casa, sozinha, durante a madrugada. Nas primeiras horas da manhã, caminhando, ela decidiu deixar a criança nesse local e voltou para casa. Ela disse que logo em seguida se arrependeu, voltou ao local para recolher a criança mas a equipe da limpeza já havia encontrado. Formou-se uma aglomeração de pessoas, ela ficou temerosa de se apresentar como a mãe e retornou para casa”, contou Anchiêta Nery.

O delegado disse ainda que o pai da criança, um ex-companheiro, também não sabia da gravidez e atualmente está em um novo relacionamento e morando em outro Estado. Anchiêta Nery disse que o fato configura um crime e por isso vai ser aberto um inquérito policial e consequentemente um processo judicial.

“Nossa obrigação é apurar todas as circunstâncias e estamos fazendo isso. Vamos encaminhá-la para o Instituto de Medicina Legal para uma perícia psicológica, vamos analisar todos os elementos de prova para saber se isso realmente ocorreu logo após o parto e se as pessoas da casa não podiam ter evitado essa situação de abandono. Encerraremos o inquérito dentro do prazo e encaminharemos ao Poder Judiciário. A criança continua sob os cuidados da equipe médica e acompanhada pelo Conselho Tutelar de São Miguel. O Juiz e o Promotor da comarca se reuniram e estão discutindo uma solução para o caso. O nome da mãe, por enquanto, vai ser mantido em segredo por ser uma situação familiar bastante delicada. Vamos avaliar se outros familiares reúnem condições de ficar com a guarda da criança”, finalizou o delegado Anchiêta Nery.

São Miguel Agora

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