Bebê morre após demora por vaga em Hospital na capital do Piauí
Pais dizem que imploraram por vaga no hospital, mas, não foram atendidos.
Sarah Maia em 06 de março de 2017
O menino Kalebe Ribeiro Mendes, de 8 meses de idade, morreu no último domingo (05), no Hospital Infantil Lucídio Portela, em Teresina, após os pais da criança procurarem atendimento em vários hospitais da capital. A criança apresentava sinais de uma doença neurológica, com crises convulsivas e perdas de consciência constantes.
De acordo com os pais, inicialmente, o Hospital Infantil não recebeu a criança, que apesar do quadro grave, precisou passar pelo sistema de regulação do SUS. A criança deu entrada na regulação no dia 25 de fevereiro e só conseguiu a vaga no dia 1º de março.
“Infelizmente, eu fui no Hospital Infantil implorar para receberem meu filho e a resposta que eu tive foi não. Existe uma regulação que faz uma seleção de crianças que estão em situação grave e eu não sei que tipo de pessoa faz isso, porque meu filho era um caso grave”, disse o pai do menino
Segundo a mãe de Kalebe, que era o único filho do casal, um funcionário do hospital ainda esnobou do quadro clínico da criança. “Eu cheguei no Hospital Infantil, uma pessoa me recebeu e falou: “ele não está nem no oxigênio, então não é grave”. Meu filho com mais de 8 dias dormindo. O sentimento é dor, tristeza e revolta também”, disse a mãe.
De acordo com o diretor do Hospital Infantil Lucídio Portela, Dr. Vinicius Ponte, o hospital não pode interferir na regulação. Segundo o médico, no intervalo de tempo em que a criança aguardava a vaga, outras cinco foram reguladas para vagas no hospital.
“Não há negativas de vagas por parte do hospital, diariamente são repassadas as vagas para a Central de Regulação e a partir dai é feita uma triagem dos casos que vão ocupar as vagas do Hospital. No caso do Kalebe, foi dada entrada no sistema de regulação no dia 25 de fevereiro e ele foi regulado no dia primeiro. Essa demora não foi no caso especifico dele, nesse intervalo, outras quatro crianças também foram transferidas para o hospital, em fevereiro foram 57 crianças. O hospital não pode interferir na regulação”, explicou.
Ainda de acordo com o diretor, os médicos suspeitam que Kalebe tenha morrido em decorrência de uma doença metabólica, mitocrondial, que é degenerativa.
“É uma doença de diagnóstico difícil e ele é uma criança muito jovem e era um quadro muito grave, porque as crianças que são diagnosticadas com essa doença, geralmente acontece aos 2 anos de idade”, disse.
O Hospital Infantil atualmente conta 77 leitos, além de 9 leitos de UTI, que atendem a demanda do estado do Piauí inteiro.
Fonte: Meio Norte