Polícia pede prisão de padrasto que engravidou menina de 11 anos
Ele já teria sumido por prever as consequências dos abusos sexuais que culminaram na gravidez.
Sarah Maia em 09 de março de 2017
A Polícia pediu a prisão do padrasto da menina de 11 anos que engravidou após três anos de abusos sexuais. A delegada que acompanha o caso Ingrid Albuquerque afirmou que já encaminhou a Justiça o pedido de prisão do suspeito que não teve o nome divulgado para proteger a identidade da vítima dos abusos. Segundo a delegada, ele conheceu a mãe da menina quando ela ainda estava grávida e registrou a garota como filha dele. Ele já teria sumido por prever as consequências dos abusos sexuais que culminaram na gravidez.
“Ela relatou que o lar era permeado de violência doméstica. Ele já agredia a mãe dela, ameaçava ela constantemente para ela não relatar os abusos sofridos a mãe. Ele era usuário de drogas e então já era esse lar violento. Desde os nove anos de idade ela era abusada sexualmente. Ela se encontra hoje com 11 anos, é uma criança”, pontuou a delegada.
A menina foi atendida no Samvvis, o Serviço de Atendimento a Mulher Vítima de Violência Sexual, na Maternidade Dona Evangelina Rosa na última segunda-feira (06), encaminhada pelo Conselho Tutelar de Timon onde a criança reside. A instituição teve conhecimento do caso através de denúncia anônima em que mãe e filha estavam em estado de choque após descobrirem a gravidez.
A conselheira Ruth Gomes foi ao local. O primeiro passo foi retirar as duas do bairro e dar andamento ao procedimento legal.
“Nós retiramos as duas do bairro e conferimos que de fato a denúncia era verídica e aí imediatamente para não expor mais a ação. Haja vista que já estava muito tumulto no local, nós retiramos a criança e a mãe e trouxemos para o Conselho para ouvi-las com mais sigilo e aí verificamos que era verdade a criança estava mesmo grávida. Tinha sido abusada segundo relatos da própria criança. E aí nos dirigimos a Polícia onde foi feito o exame de Corpo de Delito”, explicou a conselheira.
A criança agora está na casa de parentes e foi levada para Teresina inicialmente porquê o município de Timon não dispõe de serviço especializado em aborto legal, mas a criança já está realizando o pré-Natal no hospital Alarico Pacheco. A direção informou que ela já está sendo assistida por uma equipe de multiprofissionais formada por obstetra, assistente social e psicóloga.
Outro médico do município também especializado em atendimento da mulher explica porquê o aborto não é permitido pelo Ministério da Saúde nessa situação. “O aborto consiste na interrupção da gestação até o peso do feto 500g. Isso corresponde a uma gestação de 20 a 22 semanas. Ultrapassando esse período o risco inerente a esse procedimento, inclusive em relação a mulher, aumenta em cerca de quatro vezes com maiores necessidades de procedimento cirúrgico, necessidades de internações e doses de medicamentos. De modo que não há a recomendação. O risco supera o benefício da interrupção da gestação nesse período”, explica o obstetra Marison Armstrong.
Fonte: Cidade Verde