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MP abre processo para apurar post de colunista de apologia ao estupro no PI

Colunista fez postagem afirmando que criança era abusada porque 'queria'. Procurado, o investigado explicou ter sido um mal entendido.

em 15 de março de 2017

Postagem feita pelo colunista no Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)

O Ministério Público Estadual do Piauí instaurou nesta quarta-feira (15) um processo administrativo para apurar a acusação de apologia ao estupro contra o colunista social Mauro Veras. De acordo com a denúncia, o jornalista fez uma postagem no seu perfil do Facebook afirmando que a criança de 11 anos grávida após ser vítima de estupro era abusada ‘porque gostava e queria’.

Segundo promotor Francisco de Jesus, o processo ocorrerá sob segredo de justiça. A primeira providência tomada pelo MP foi solicitar ao investigado excluir a postagem. “É importante destacar do cuidado do Ministério Público em atuar no enfrentamento da violência contra a mulher. Neste caso onde a vítima trata-se de uma criança e está grávida, a preocupação é ainda maior na preservação dela, ainda mais que ele foi bastante exposto”, declarou o promotor.

Ao G1, o colunista Mauro Veras explicou que tudo não passou de um mal entendido e que apenas queria questionar o comportamento da mãe da criança de não ter percebido durante os dois anos a filha sendo abusada. Ele ressaltou nunca ter feito apologia ao estupro e nem ter defendido o ex-padastro da vítima.

“Eu quis dizer que a criança não tinha com quem contar, já que a mãe não percebia isso e foi negligente. A situação para a vítima passou a ser até normal com todo esse tempo. Sou uma pessoa católica, nunca iria fazer apologia a este tipo de crime e por isso procurei o Ministério Público hoje para prestar esclarecimentos”, declarou.

Entenda o caso
O caso veio à público no dia 8 deste mês, quando o Serviço de Atenção às Mulheres Vítimas de Violência Sexual em Teresina (SAMVVIS) informou que iria manter a gravidez da menina, já que ficou constatado que a jovem estava fora da idade gestacional para a realização de um aborto legal. Segundo o SAMVVIS, a criança está grávida de 25 semanas.

A delegada Ingrid contou que o caso chegou ao conhecimento da polícia por meio do Conselho Tutelar de Timon.  A mãe da criança percebeu alterações no corpo da filha, desconfiou da gravidez e procurou o conselho. A investigação mostrou ainda que o padrasto da criança abusava sexualmente dela há pelo menos dois anos.

“A mãe notou inicialmente a criança com os seios alterados, salientes, então ela desconfiou. Ao pressionar a menina, ela revelou que era abusada sexualmente desde os 9 anos de idade. Instauramos o inquérito policial e tomamos todas as medidas necessárias. Por uma questão de dias, vamos prender esse pedófilo porque é inadmissível a atrocidade que ele cometeu de abusar da própria enteada”, disse.

Levada para a Maternidade Donda Evangelina Rosa, em Teresina, a menina passou por vários exames, que constataram que a gravidez tinha ultrapassado as 20 semanas, prazo legal para interrupção de uma gestação de um estupro.

Fonte: G1 Piauí

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