Corpo de recém nascido é “armazenado” na geladeira em uma maternidade na capital Teresina
A direção do local reconheceu o problema da ausência de necrotério, mas prometeu soluções. A família do bebê fez o registro da imagem no local e logo depois procurou o MP-PI que investiga o caso.
Sarah Maia em 19 de julho de 2017
A Maternidade Evangelina Rosa é investigada no Ministério Público pelo caso de um bebê que teve o corpo guardado em uma geladeira doméstica por ausência de um necrotério. . A foto que foi feita por familiares do recém-nascido mostra o corpo dele enrolado em um lençol dentro do eletrodoméstico.
“Quando eu cheguei logo presenciei exatamente uma geladeira e eu perguntei para que era aquilo ali e me responderam que era para colocarem o corpo do meu neto. No primeiro momento eu não queria aceitar, mas devido ao atraso na documentação para a liberação do corpo nos sujeitamos a aceitar na geladeira”, contou Messias Neto, avô do bebê.
A direção do local reconheceu o problema, mas prometeu soluções. Logo após o registro, a família do bebê procurou o MP-PI que investiga o caso. “Existe a necessidade urgente de respeitar a dignidade de pessoa humana. A família que perdeu seu ente querido se choca ao presenciar determinadas cenas. Na verdade, essas pessoas deveriam ser preparadas para receber a notícia da morte e não presenciar cenas chocantes como essas”, afirmou a promotora de justiça Karla Carvalho.
Além dessa denúncia, outras irregularidades estão sendo investigadas. Em maio deste ano, representantes do Conselho Regional de Medicina do Piauí e do MP-PI fizeram uma vistoria na maternidade. O relatório constatou que a falta de estrutura prejudica o atendimento e pode colocar em risco a vida de pacientes. Além da pouca quantidade de profissionais, faltam aparelhos importantes como o de reanimação cardiorrespiratória usado em pacientes que chegam em estado grave.
Portal R10