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“Não compraremos vacina da China”, diz Bolsonaro e cancela acordo do Ministério da Saúde

em 21 de outubro de 2020

O entusiasmo provocado pelo anúncio do ministro da Saúde Eduardo Pazuello, ontem à tarde, de que o governo federal iria comprar 46 milhões de doses da vacina chinesa contra o novo coronavírus durou menos de 24 horas. Hoje de manhã, o Presidente Jair Bolsonaro já comunicou em uma rede social que o governo não comprará a vacina coronavac.

A negativa do presidente desautoriza a fala do Ministro da Saúde perante 24 governadores dos Estados brasileiros que estiveram reunidos com ele ontem. A iniciativa fazia parte de um plano para ampliar a cobertura vacinal contra a Covid-19, indispensável para o sucesso no controle à doença.

A vacina coronac, desenvolvida pela China, e testada no Brasil em nove mil voluntários, tem a supervisão do Instituto Butantan, de São Paulo. O Instituto já tem experiência no desenvolvimento de imunizantes e deverá produzir a vacina para ampliar a quantidade de doses disponíveis no país. O governador de São Paulo, João Dória, anunciou que irá vacinar toda a população paulista.

Mas a politização da doença, infelizmente, provocou um revés na tentativa do Ministério da Saúde em permitir que um maior número de brasileiros tivesse acesso à vacina. João Dória tornou-se adversário de Jair Bolsonaro desde que revelou sua intenção em concorrer à Presidência da República em 2022. E, em razão da disputa política – sempre ela – o Presidente se recusa a comprar a vacina que será produzida em São Paulo para não valorizar seu concorrente.

Por causa de uma  disputa eleitoral que só acontecerá em 2022, milhões de brasileiros ficarão sem receber a vacina que deveria ser distribuída gratuitamente pelo SUS.

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