Maioria das cidades do Piauí paga piso salarial aos professores, diz MEC
Segundo o MEC, 153, das 224 cidades do Piauí, pagam o piso nacional. Sindicato da categoria diz que falta rigor para os gestores que descumprem lei.
Sarah Maia em 19 de janeiro de 2017
Um levantamento realizado pelo Ministério da Educação (MEC) mostrou que 68,3% das cidades do Piauí pagam o piso salarial aos professores da rede municipal. Os dados mostram que 153 cidades piauienses, de um total de 224, e mais o governo do estado, cumprem tanto a jornada de trabalho quanto o valor do piso do magistério. O apanhando foi feito pelo MEC com base nas informações declaradas pelos próprios municípios em novembro de 2016.
Quando levado em conta todo o país, a realidade é diferente, com a maioria das cidades não pagando o piso nacional do professor. Dos 5.570 municípios do Brasil, apenas 2.533 declararam pagar o piso, ou 45% do total.
Com um aumento de 7,64%, o novo piso nacional do magistério público é de R$ 2.298,80 e já está valendo para este mês de janeiro. Um estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM), apontou que o impacto nos cofres municipais será de R$ 5,038 bilhões.
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí (Sinte), o levantamento do MEC deve ser interpretado com muitas ressalvas. A entidade defende que os números não são precisos, que a situação dos professores que trabalham em cidades que pagam o piso não é das melhores e ainda que a Justiça não pune os gestores que não cumprem a lei do piso.
“Quando diz que a cidade está pagando o piso, não quer dizer que está tudo bem. Muitos não respeitam o horário pedagógico, que é usada para planejamento de aulas, e falta infraestrutura. Nas cidades que não pagam, os gestores não priorizam a educação, muitas vezes recebendo esse recurso e usando para outras demandas”, afirmou Kassyus Klay Lages, secretário de comunicação do Sinte.
O sindicalista cobra ainda ação efetiva do Ministério Público e da Justiça com relação às cidades que não cumprem a lei federal do piso do professor. “Os gestores que não estão cumprindo a lei, não estão sofrendo as penas devidas. O prefeito que não paga o piso, tem que sofrer um processo por improbidade administrativa. Estamos cobrando que as autoridades fiquem mais atentas a essa realidade no Piauí”, disse.
Em nota, o MEC informou que sua missão é coordenar a política nacional de educação e não possui prerrogativa para fiscalizar o cumprimento de leis ou contratos estaduais ou municipais, especificamente sobre a lei do piso.
“Esse papel é próprio do Ministério Público Estadual, do Poder Legislativo local e dos Tribunais de Contas Estaduais. Não há uma penalidade específica para o não cumprimento da lei do piso. No entanto, pode haver diligências dos órgãos de controle resultando em um Termo de Ajuste de Conduta – TAC”, diz o texto.
G1 Piauí