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Pesquisadores piauienses recebem financiamento para estudar uso de jaborandi no combate à Covid

em 14 de abril de 2021

Jaborandi

A Pesquisa do Grupo de Química Quântica Computacional e Planejamento de Fármacos da Uespi sobre moléculas no Jaborandi com capacidade de inibir a Covid-19 será financiada pela empresa paulista Sourcetech Química LDTA. A assinatura do termo de cooperação entre a universidade e a financiadora será realizada em uma live, nesta quarta-feira (14), às 11h, no canal do Youtube Uespioficial.

O trabalho, sob coordenação do professor Francisco das Chagas Alves Lima, buscará uma investigação in vitro e in silico (feito em computador) de alcaloides do jaborandi ativos contra o vírus SARS-CoV-2. A empresa financiadora trabalha com o desenvolvimento de matéria-prima e medicamentos de fonte natural. O valor investido é de 80 mil reais e a previsão de começar a pesquisa é nesse mês de abril e tem um ano de duração.

Segundo o docente Francisco das Chagas, em fevereiro de 2021, o artigo de título “In silico study of the interactions of Pilocarpus microphyllus imidazolic alkaloids with the main protease (Mpro) of SARS-CoV-2”, foi aceito na revista Molecular Simulation. O trabalho foi desenvolvidos pelos seus alunos de doutorado em Química da UFPI Ézio Raul Alves de Sá, Allan Nunes Costa e Janilson Lima Souza e a aluna da iniciação científica da Uespi Rayla Kelly Magalhães Costa, com a colaboração do professor do IFPI doutor Ricardo Martins Ramos. Na publicação, foi verificado que no estudo in silico dez moléculas do Jaborandi com potencial de inibir o vírus da Covid-19.

Com a publicação do artigo, a pesquisa ganhou destaque na imprensa local por meio do Blog Ciência Viva, do também professor da Uespi, Francisco Soares, do curso de Biologia. Após a repercussão, o engenheiro Agrônomo, José Sena, responsável pela maior fazenda de jaborandi do Brasil, na cidade de Barra do Corda (MA), fez o intermédio entre o professor e a Sourcetech Química, em que o agrônomo trabalha e que tem a área cultivada com plantação de jaborandi na região.

Com essa relação, o CEO da empresa, Roberto Serson, após conhecer a pesquisa, demonstrou interesse em financiá-la. “Após esse contato, elaborei um projeto para apresentar à empresa e iniciei escrevendo a minuta do convênio empresa-Uespi. O valor aprovado para compra de reagentes e computadores foi de 80 mil reais. Com essa verba podemos fazer estudos dos efeitos dessas moléculas inibidoras em pacientes com comorbidade, projeto do programa Renorbio. Sem esse investimento não seria possível realizar esse estudo, mostrando que é fundamental mais investimento na pesquisa”, explica o professor Francisco Soares.

A possibilidade de criar mais uma alternativa de combate à Covid-19, torna a pesquisa ainda mais relevante para o grupo de pesquisadores e à universidade. O intuito é fortalecer essa parceria, para no futuro os pesquisadores da instituição possam ter mais projetos financiados e contribuir para o desenvolvimento da sociedade. O docente ressalta que esse será o primeiro convênio de uma empresa privada com um instituição de ensino superior no Piauí. “Estamos sendo pioneiros e esperamos que todas as outras instituições de ensino
do Piauí avance nesse tipo de parceria”, afirma.

Segundo o diretor Administrativo Financeiro da Sourcetech Química, Devanyr Antonio Chesca, o motivo do patrocínio do projeto foi a vocação da Sourcetech em apoiar novas aplicações para nossos produtos, bem como o desenvolvimento de novas tecnologias. “Nosso histórico sempre foi de parcerias com Centros de Estudos e Pesquisas, apoiando sempre a ciência e os pesquisadores brasileiros”, finaliza.


Fonte: Ascom

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