Segundo pesquisas, Uespi é a universidade menos empreendedora do Brasil
Pesquisa entrevistou 15 mil estudantes universitários de 123 instituições de ensino superior nas 27 unidades federativas.
Isadora Freitas em 29 de outubro de 2019
Empreendedorismo é uma das palavras mais utilizadas nos últimos anos. Empreender significa idealizar, coordenar e realizar projetos e ainda inovar empresas que já existem. Neste cenário, os jovens devem ter incentivo para reinventar no mercado. E essa iniciativa deve partir das escolas e universidades.
Porém, não é o que apresenta o Ranking de Universidades Empreendedoras, divulgado pela Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores). A Universidade Estadual do Piauí (Uespi), por exemplo, é a menos empreendedora do Brasil. O dado é alarmante, pois a pesquisa foi realizada no primeiro semestre de 2019, onde participaram 15 mil estudantes universitários de 123 instituições de ensino superior nas 27 unidades federativas.
Já a Universidade Federal do Piauí (Ufpi) aparece em 99º lugar. O índice é baseado na análise da cultura empreendedora, inovação, extensão, infraestrutura, internacionalização e capital financeiro. Além disso, avaliou a percepção dos estudantes em relação à diversidade, ensino e grade curricular.
“O Ranking de Universidades Empreendedoras busca analisar pontos que estão ligados ao estímulo de habilidades que serão necessárias para profissionais e cidadãos do futuro. O estudo é uma oportunidade para que os estudantes tenham voz para expressar preocupações, objetivos e suas percepções sobre o ambiente educacional, a partir de aspectos ligados ao empreendedorismo”, diz Renan Nishimoto, presidente da Brasil Júnior.
Isto significa que os estudantes que participaram da pesquisa avaliaram as oportunidades de intercâmbio, incentivo à pesquisa, extensão, criação de empresa Junior, a postura empreendedora discente e docente e o incentivo para empreender através de palestras e eventos.
“Não somos motivados a abrir as nossas empresas”, confirmam alunos
Gabriella Moura é estudante do 3° período de História da Uespi – campus Clóvis Moura, em Teresina. Ela conta que nos cursos de licenciatura da universidade não há incentivo ao empreendedorismo. Todavia, é possível ver empresas júnior nos cursos de Direito, Contábeis e Administração.
“Na História, não tem essa preocupação e na grade curricular não tem nada sobre empreender. Acredito que seria importante para ver os vários leques, pois a licenciatura é voltada para a sala de aula, mas a gente não precisa trabalhar só em sala de aula, temos outras opções”, acredita Gabriella Moura.
Por sua vez, Naiara Nascimento, que está concluindo o curso de Filosofia na Uespi, Campus Alexandre Alves Oliveira, em Parnaíba, acredita que a universidade está mais preocupada em incentivar a continuidade na academia, através da pós-graduação, mestrado e doutorado.
“Não somos motivados a abrir as nossas empresas. Não conversamos sobre isso. Agora ensino, pesquisa e extensão a gente vê uma preocupação maior. E através da extensão, retribuímos o que aprendemos para a comunidade”, conta a estudante.
De acordo com Renan Nishimoto, presidente da Brasil Júnior, o empreendedorismo abre portas que o jovem acredita que não exista. E para mudar o mercado atual é necessário mudar as universidades, ter incentivo financeiro, discussões em sala de aula e inovação na grade curricular.
“Se queremos melhorar o desempenho do ensino superior, precisamos saber mais sobre as práticas que geram melhores aprendizados e resultados. Há uma contínua e prejudicial ausência de informações e comparações confiáveis. Buscamos capacitar os alunos a tomar decisões informadas sobre os programas de ensino superior que desejam investir tempo e dinheiro”, finaliza Renan Nishimoto.
A reportagem de O DIA tentou contato com a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), porém, devido ao feriado do Dia do Servidor Público, não obtivemos retorno até o fechamento desta edição.
Fonte: O Dia