Banda pernambucana acusa Aviões do Forró de usar músicas sem autorização
Os vocalistas da Dibôa, banda atuante no circuito local, alegam que o grupo cearense usa, sem autorização, as músicas Só se for gelada e Pra lavar, escritas por eles.
Cleiton Jarmes em 23 de fevereiro de 2016
Os compositores pernambucanos Allan Clistenis e Arley Christian têm protagonizado, há quatro anos, uma batalha judicial contra o grupo Aviões do Forró. Os vocalistas da Dibôa, banda atuante no circuito local, alegam que o grupo cearense usa, sem autorização, as músicas Só se for gelada e Pra lavar, escritas por eles.
“Eu e meu irmão somos cantores e compositores da banda Dibôia. Nossa banda é do Recife e já somos conhecidos por aqui. Em 2012, nossa música Só se for gelada começou a estourar. No mesmo ano, Aviões do Forró veio fazer um show no Clube Internacional e conheceu a nossa música. Depois, eles começaram a usá-la. Como decidimos tomar uma atitude, buscamos fazer um acordo. Nosso empresário da época fez um trato com a banda, para que ganhássemos o dinheiro referente a dois shows deles, ou seja, R$ 300 mil. Até hoje, nunca vimos esse dinheiro”, afirma Allan.
O processo de número 0047170-97.2012.8.17.0001 contra a banda corre na 26º Vara Cível da Comarca do Recife desde 2012. Inicialmente, a ação era voltada para o uso indevido da música Só se for gelada. Depois, segundo o pernambucano, quando o grupo Aviões do Forró começou a usar a composição Pra lavar, uma notificação foi enviada para a A3 Entretenimento – produtora responsável pelo grupo cearense-, mas nenhuma resposta teria sido dada.
“Em 2014, fizeram o mesmo com a música Pra lavar. Gravaram e depois descobriram que era nossa. Para se retratar, eu acho, chamaram a gente para cantar com eles no Olinda Beer. Cantamos e depois voltaram a usar a música. Eles fizeram shows e apresentações patrocinadas por marcas de cerveja, já que a letra fala disso. Então, notificamos a A3 entretenimento e nem responderam. No total, são quatro anos de processo. Tivemos quatro audiências e só vão advogados deles. Eles alegam em juízo que já pagaram”, completa Allan Clistenis.
O assessor jurídico de Aviões do Forró, Carlos Efrem, disse não ter conhecimento das possíveis notificações enviadas à banda. “Se o assunto remete à música Só se for gelada, é uma ação em que os irmãos Harley e Allan reivindicam indenização por danos patrimoniais e morais pela suposta execução da música. A ação é movida contra a A3 e está em fase de encerramento. A empresa havia celebrado – e cumpriu -, um acordo com o empresário dos artista, no caso o ‘Sr. Fábio’ (Fabio da Sucesso). Isto está comprovado nos autos, inclusive por meio de recibos”, comenta.