Whindersson Nunes tem uma rotina digna de rock star. O piauiense faz 32 shows por mês e chega a passar por três estados diferentes a cada semana. Nas andanças, carrega uma guitarra ou o violão (que adora tocar desde pequeno) e já se viu acuado no camarim com uma invasão de fãs, mas sua vocação mesmo é fazer rir.
“Sabe como é. O Nordeste é humor. Você vai comprar pão de manhã, o padeiro já faz piada e a fila ri. Faz parte do dia a dia das pessoas”, explica.
Honrando a tradição dos grandes humoristas brasileiros, como Chico Anysio ou Tom Cavalcante, ele é mais uma estrela a surgir, desta vez longe da televisão.
Aos 21 anos, ele é o brasileiro mais influente da promissora atual geração do YouTube. No quesito popularidade, ultrapassou a youtuber Kéfera e só perde para o coletivo “Porta dos Fundos”. São 8,6 milhões de seguidores no canal que leva seu nome pouco usual. “Parece senha de wi-fi”, faz piada. “Meus pais devem ter se inspirado no inferno. Nem pergunto de onde tiraram, tenho medo de saber.”
Por conta disso, faz questão de se apresentar como “Lampião do YouTube”. “É para a negada saber que sou de lá mesmo e que o segundo maior canal do do Brasil é nordestino”, defende.
Em seus vídeos, o que reina são os assuntos aleatórios — de virgindade à Whatsapp –, imitações e paródias (reunidas em um CD, a venda por R$ 20 em seu site oficial). No mais recente, lançado na semana passada, ele imita Dilma Rousseff e Marina Silva para dizer que não entende nada de política.
Em cinco dias, o vídeo teve 3,5 milhões de visualizações, o que equivaleria, já de cara, a cerca de 17 pontos de Ibope na televisão. O custo da produção, no entanto, é próximo a zero.
No lugar de um cenário colorido, um quarto de hotel (sempre) desarrumado. Ao invés de maquiagem e roupas descoladas, ele prefere gravar sem camisa ou com roupas no estilo ‘street wear’. O segredo do sucesso? Ele se pergunta desde quando começou a ganhar views. “Talvez eu deva falar o que o pessoal já pensa, mas não se liga. Eles se identificam, se sentem próximos, se sentem amigos.”
Fonte: Uol