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Após 20 anos, piauiense Cláudio Roberto recebe medalha olímpica

em 14 de dezembro de 2020

O dia 13 de dezembro de 2020 ficará marcado na memória de Cláudio Roberto Sousa. Passados vinte anos de sua conquista com o 4×100 metros nos Jogos de Sydney, o ex-velocista piauiense finalmente recebeu a tão sonhada medalha de prata olímpica, em cerimônia realizada durante o Troféu Brasil de Atletismo, neste domingo, no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), em São Paulo.

Ao lado dos companheiros de revezamento – Vicente Lenílson, Edson Luciano, André Domingos e Claudinei Quirino -, Cláudio Roberto entrou na pista e relembrou os velhos tempos. O quinteto simulou um revezamento 4x100m, com Claudinho completando a volta Depois, já emocionado, seguiu em direção ao pódio, onde colocou a medalha no peito pela primeira vez, corrigindo a injustiça histórica que durou 20 anos.

A medalha foi entregue ao ex-velocista piauiense pelo diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Rogério Sampaio, pelo ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, membro do Brasil NO Comitê Olímpico Internacional (COI), e por Warlindo Carneiro, presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

“Eu já vinha curtindo essa expectativa pela medalha há algum tempo, mas agora finalmente ela chegou. Fui atrás dela do meu jeito, sem agredir ninguém, sem criar polêmica. Agradeço muito aos meninos por terem vindo, e ao COB e à CBAt pela linda festa”, disse Claudinho, logo após a premiação.

“Durante todos esses anos, nunca tive a coragem de montar um quadro de medalhas. Tenho muitas medalhas, mas faltava uma. Se esta prata olímpica não viesse, nunca faria um quadro. Agora que chegou, vou providenciar um lugarzinho bem especial lá em casa”, completou.

Em Sydney 2000, Cláudio Roberto disputou as eliminatórias do 4×100 metros no lugar de Claudinei Quirino, mas, por um erro da organização dos Jogos, voltou ao Brasil sem a medalha. Na ocasião, o COB entrou em contato com o Comitê Olímpico Internacional (COI), mas não conseguiu reverter a situação.

No ano passado, após encontro entre Cláudio e o vice-presidente do COB, Marco La Porta, em Teresina (PI), a entidade decidiu fazer nova consulta ao COI, enviando uma série de provas e documentos, e a resposta foi positiva.

“Precisamos ressaltar a postura do Cláudio Roberto ao longo deste período. Sua conduta foi impecável, apesar da injustiça cometida. Ele carrega consigo todos os valores olímpicos. É um grande prazer estar aqui, ao lado desse revezamento 4x100m histórico, participando da entrega desta medalha que lhe é de direito”, disse Rogério Sampaio.

“Esta cerimônia faz jus a um dos grandes velocistas do país e valoriza a memória esportiva brasileira. Como membro do COI, fiquei muito satisfeito de ver a justiça sendo feita”, afirmou Bernard Rajzman, vice-campeão olímpico de vôlei em Los Angeles 1984.

Um dos mais entusiasmados com o reconhecimento a Cláudio foi André Domingos. Em 2016, ele presenteou o amigo com uma réplica da medalha de Sydney. Agora, com a original no peito do colega, a réplica foi para o Museu Olímpico do COI, em Lausanne, na Suíça.

“O Claudinho foi um atleta que nos ajudou a subir no pódio, que correu as eliminatórias e que não havia recebido a medalha dele. Neste domingo, tudo isso caiu por terra e foi feita justiça”, celebrou André, que disputou quatro edições dos Jogos e, além da prata em 2000, foi bronze no 4×100 metros em Atlanta 1996.

DISPUTA EM SIDNEY – Na Olimpíada de Sydney, em 200, o revezamento brasileiro era composto por seis integrantes: Vicente Lenilson, Edson Luciano, André Domingos, Claudinei Quirino, Claudio Roberto e Raphael Oliveira, sendo que este último era suplente e não chegou a competir nos Jogos.


Foto: Evandro Teixeira/COB

Nas eliminatórias, Vicente, Edson, André e Claudio venceram a segunda série, com o tempo de 38s32. Já nas semifinais, Claudinei assumiu o lugar de Claudio, e o Brasil avançou à final com o terceiro melhor tempo no geral: 38s17.

E, na final, com a repetição do quarteto da fase anterior, a equipe fez 37s90, conquistando a medalha de prata, atrás somente dos Estados Unidos. Cláudio não foi ao pódio naquele momento porque o protocolo restringe a solenidade aos quatro atletas que correm a final.

 


Fonte: Estadão Conteúdo

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