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Adolescente pula de prédio durante incêndio no Piauí e moradores relatam desespero

em 23 de outubro de 2017

Quase 24 horas após o maior incêndio registrado na capital neste ano, o clima é de abandono em um dos condomínios situados ao lado da distribuidora que foi totalmente destruída pelo fogo, na manhã de ontem(22). Poucos moradores continuam no local que ainda é invadido pela fumaça.

Alguns relatam o momento de pânico, alguns precisaram de atendimento médico devido a fumaça. Uma adolescente pulou do primeiro do andar temendo que as chamas adentrassem seu apartamento.

“Foi uma situação de pânico, todo mundo assustado e correndo. Aqui moram 80 pessoas e por ser um domingo, quase todo mundo estava no condomínio. Uma menina de 13 ou 14 anos pulou pela janela e o irmão dela me disse que ela está bem. Teve uma fratura em uma das pernas”, disse Raimundo Nonato, porteiro do condomínio Montese.

O estudante de Direito, João Lucas, mostra no quarto a vidraça quebrada devido as altas temperaturas. Ele é um dos poucos moradores que estão no condomínio, os outros não dormiram no local devido a fumaça que ainda é grande.

“A gente estava na sala quando sentimos o cheiro de fumaça e ouvimos as explosões. De repente, o apartamento foi ficando todo preto, por conta da fumaça, só tive tempo de sair correndo com minha irmã, que teve que ser levada ao hospital por inalar fumaça”, disse João Lucas.

Alguns moradores estão indo ao condomínio apenas de passagem, para averiguar se a fumaça reduziu e se o fogo não atingiu os apartamentos. Muitos deles estão abrigados na casa de familiares e não foram ao trabalho na manhã desta segunda-feira(23).

As altas temperaturas oriundas do incêndio destruíram vidraças de janelas do condomínio, derreteram telas de proteção e outros objetos como uma cortina de um dos apartamentos.

Do condomínio Montese ainda é possível perceber a fumaça, mas não há equipe do Corpo de Bombeiros no local. Funcionários da empresa atingida pelo fogo informaram que estão a procura de outro espaço para descarregar as mercadorias que chegam nesta segunda-feira vindas de outros estados.

“É muito doloroso chegar aqui e ver tudo isso. Não tem explicação. A perda foi muito grande. Tivemos uma reunião agora e estamos a procura de um local para continuar o trabalho, pois temos que honrar nossos compromissos”, disse Jorge Araújo, encarregado de depósitos que trabalha há 13 anos no local.

Cidade Verde

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