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Apelidados de “Novo Cangaço”, assaltantes de bancos no Piauí podem ser do Ceará

em 05 de fevereiro de 2018

Aconteceu a reunião entre as forças de Segurança do Piauí, em nível estadual e federal, e as instituições bancárias para coibir e solucionar assaltos contra bancos no estado. O encontro ocorreu na sede da SSP-PI e teve início por volta das 11h30 desta segunda-feira (05/02), a fim de trocar informações com base nos últimos casos, inclusive com explosões e reféns, ocorridos em Jaicós, Cocal e Angical (três casos em quatro dias).

Reunião foi liderada pelo secretário Fábio Abreu, titular da Secretaria de Segurança Publica do Piauí, e visa trocar informações para coibir crimes (Foto: Édrian Santos/OitoMeia)

A reunião foi liderada pelo secretário Fábio Abreu, titular da Secretaria de Segurança Publica do Piauí. Na ocasião, foi levantada a suspeita de que os criminosos podem ser oriundos do estado do Ceará, devido às características nas rotas de fuga utilizadas. Além disso, um trabalho de inteligência com o Maranhão, Bahia e Pernambuco pode ser acordado para identificar os grupos.

CRIMES PODEM TER RELAÇÕES

Ainda não se sabe se os três assaltos têm alguma relação, quanto à autoria do crime, mas o próprio Fábio Abreu reconhece semelhanças entre o assalto em Jaicós, no dia 31 de janeiro, e em Cocal, no último sábado (03/01). “Embora sejam muito parecidos, a gente não vai descartar a possibilidade de serem duas quadrilhas diferentes”, informa após questionamento do OitoMeia, inclusive citando uma espécie de “novo cangaço” no Piauí.

“Na verdade, na formação dessas quadrilhas de roubo de bancos, elas são bem miscigenadas, em termos de componentes. Nós temos componentes de vários estados. O modo como eles operam sempre foi praticado, o chamado ‘novo cangaço’. Orientamos a população que tem o costume de ir a uma fila de banco na madrugada, que deixe para ir durante um horário na abertura do banco, porque não justifica a pessoa estar numa fila às 2h da madrugada”, diz o secretário.

ATAQUES EM 2017

O delegado Willame Moraes, coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), relembrou ações em 2017 que prenderam mais de 100 pessoas envolvidas em assaltos a instituições financeiras, de forma que o início do ano foi bastante agitado. Isso, sobretudo, após a repercussão da explosão de caixas eletrônicos em Parnaíba e Luís Correia, mas com a quadrilha presa ainda em janeiro.

“Os casos podem ter relações em comum, mas ainda é muito recente para darmos qualquer tipo de informação. Mas o que preocupa é a sequência desses crimes, um seguido do outro, e pelo fato de estarem em cidades relativamente distantes uma da outra, o que fez com que todas as instituições se reunisse para tratar estratégias e trocar informações para o combate a essas organizações criminosas”, acrescenta Willame.

“NINGUÉM VAI À FILA DE MADRUGADA”

O OitoMeia ainda questionou como os bancos podem contribuir para que pessoas que enfrentam filas durante a madrugada não sejam usadas como reféns. O delegado rebateu e questionamento e diz que há relação quanto a isso. “A questão do refém é para dar maior tranquilidade a essas pessoas que vão fazer esses crimes. E não é porque os reféns estavam em filas de banco, pois ninguém vai a uma fila 1h ou 2h da manhã. O que existem são pessoas circulando nesta madrugada e foram pegas pela quadrilha e feitas refém”, conclui.

Reunião na SSP visa tratar estratégias para coibir assaltos a bancos no Piauí (Foto: Montagem OitoMeia)

PREJUÍZO DE R$ 600 MIL

Em menos de um mês, quatro ataques a instituições financeiras foram registrados no Piauí em 2018. O primeiro aconteceu em Altos, na madrugada do dia 12 de janeiro e os seguintes na última semana, nas cidades de Jaicós, Cocal e Angical. Ao todo, oito estabelecimentos estão entre os que sofreram com ladrões. Os três casos mais recentes deram um prejuízo de cerca de R$ 600 mil, considerado pouco pelas forças de Segurança.

Embora presentes, os representantes das instituições financeiras não estavam autorizados a falar.

Oito Meia

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