Estudante de Direito que foi morto e teve os olhos mutilados no Piauí pode ter sido alvo de facção

Carmo Neto em 17 de julho de 2020

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP) responsável pelas investigações da morte de Matheus Nunes Castelo Branco, 22 anos, estudante de Direito e ex-gerente de uma das lanchonetes da rede Subway em Teresina, estaria investigando a possibilidade do crime ter sito motivado por disputa entre facções criminosa.

Isso se deve à forma como ocorreu o crime. O corpo do jovem foi encontrado na manhã desta quarta-feira (15/07) em uma estrada vicinal do Povoado Alegria, na zona Sul de Teresina. Segundo a perícia, foi constatado pelo menos nove perfurações de bala e a vítima teve os olhos mutilado. Imagens do corpo foram compartilhadas em grupos de Whatsapp.

Em entrevista à imprensa, o delegado Genival Vilela, que esteve no local do crime, informou que a morte do estudante “não foi um homicídio simples”. Quem está a frente do caso é o delegado Danúbio. O que se sabe até agora é que a polícia já está bem adiantada nas investigações. Alguns áudios que foram compartilhados junto com imagens (entre fotos e vídeos) que mostram Matheus morto relatam detalhes do que pode ter causado o crime.

A partir de então supõe-se que o crime pode ter sido cometido por alguma facção enraizada em Teresina. Entre os vários áudios, comenta-se que Matheus teria saído para uma festa de aniversário para comprar “branca”, o que a Polícia acredita ser cocaína. Teria sido conduzido a um local por uma mulher com quem estaria flertando. Entretanto, segundo esses áudios, a jovem estaria levando o rapaz para o “cheiro do queijo”, isto é, para que fosse assassinado.

Nos áudios é possível ouvir uma associação à facção criminosa “Bonde dos 40”, que é muito conhecida no Maranhão e há algum tempo existem informações de que estaria já com integrantes em Teresina. Vale lembrar que a polícia não descartou nenhuma linha de investigação como crime passional. É que existe a possibilidade de ele ter se envolvido com uma jovem que estaria namorando com um dos envolvidos com alguma facção criminosa piauiense.

ANDAMENTO DA INVESTIGAÇÃO

Ainda na tarde desta quarta (15/07) familiares e amigos de Matheus Nunes foram chamados para prestarem depoimento na sede do DHPP. Relataram que o estudante não tinha nenhum envolvimento com a criminalidade e a motivação ainda é desconhecida. A Polícia ainda segue em investigação e deu poucos detalhes à imprensa. Procurado para comentar sobre um possível envolvimento com facções criminosas, o secretário estadual de Segurança Coronel Rubens Pereira informou o seguinte: “Essas facções estão espalhadas por todo o Brasil, uma realidade nacional cujo enfrentamento exige principalmente uma atuação federal, que vem sendo realizada principalmente pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, com mecanismos de atuação integrada entre os entes federados. O Piauí não é uma ilha nesse contexto. De nossa parte, estamos monitorando essas facções com o serviço de inteligência, com apoio da Justiça Criminal. A situação é de intenso controle e monitoramento constante. Todos os casos estão sendo apurados com rigor”.

Via OitoMeia