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Ex-procurador de Justiça do Piauí é condenado a 51 anos de prisão

em 15 de fevereiro de 2022

Operação que prendeu ex-procurador Emir Martins. Foto: Reprodução

Um ex procurador-geral de Justiça do Piauí foi condenado a 51 anos de prisão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e inserção de dados falsos em sistema de informação. Trata-se de Emir Martins Filho. Além do ex-procurador, o filho dele, Tiago Sauders Martins (21 anos de prisão), e um funcionário do Ministério Público do Estado do Piauí, José de Ribamar Sena Rosa, também foram condenados. A Justiça também bloqueou mais de R$ 4 milhões que teriam sido desviados e determinou a devolução de mais de R$ 7 milhões.

A investigação do Ministério Público do Piauí teve início após auditoria na própria folha de pagamento dos servidores públicos do MP que constava, por exemplo, que estagiários recebiam salários de até R$ 30 mil na época em que Emir foi chefe do órgão, de novembro de 2004 a novembro de 2008.

Segundo a condenação, pessoas da família do ex-procurador eram contratadas como funcionários do Ministério Público e o dinheiro era dividido entre os membros do grupo.

Ao todo, 16 pessoas são relacionadas ao processo e podem também ser condenadas. Segundo o promotor Rômulo Cordão, que presidiu o início da investigação, o valor desviado pelo grupo ultrapassa os R$ 8 milhões.

Operação Il Capo

Em outubro de 2016, Emir, o filho e outros membros da família foram presos em operação IL Capo deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na época, coordenado pelo promotor Rômulo Cordão. Durante a operação foram apreendidos documentos, mídias como uma CPU, um cofre e uma mala supostamente com dinheiro.

Cordão considerou a pena razoável diante da quantidade de crimes.

“A pena está em um patamar razoável devido a quantidade de crimes praticados e a reiteração criminosa que ocorreu nesses quatro anos, pelo menos”, avalia o promotor. “Por se tratar de uma autoridade, em um cargo importante, a condenação é um divisor de águas no combate à corrupção no estado”, disse.


Fonte: Diário do Poder

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