Idosos choram e lamentam fechamento do Centro de Convivência em Teresina
O CCTI vai fechar por determinação da Fundação Municipal de Saúde – FMS para implantação do Centro de Excelência da Mulher.
Sarah Maia em 17 de maio de 2017
Na manha desta quarta-feira, vários idosos se reuniram na frente do centro de convivência da Terceira Idade – CCTI do Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo, no centro de Teresina. Eles choraram e lamentaram o fechamento da instituição. O CCTI vai fechar por determinação da Fundação Municipal de Saúde – FMS para implantação do Centro de Excelência da Mulher, mas não foi feito um trabalho com psicólogo e assistente social para os 200 idosos que são assistidos pelo Centro para que eles compreendam a transferência do serviço para o Centro Pedro Arrouche, zona Sul de Teresina.
Os idosos dizem que o centro de convivência é um lugar de referência que tem um local que foi estabelecido amizade e relações de afeto com funcionários e outros idosos, e como o atendimento não vai mais ser no mesmo lugar, todas as relações estabelecidas e de crucial importância nessa idade, serão rompidas. A aposentada Maria Domingas, de 77 anos, declarou que ficou sem ninguém no mundo após a morte do seu marido em 1992 e com a morte de sua filha em 2005. Ela disse que chega ao centro de convivência às 7:30 e sai no final da tarde, porque não tem onde ficar e dorme de favor em casas diferentes. “Ninguém está gostando do fechamento do centro de convivência. Nós que vivíamos felizes com nossos amigos, conversando sobre a vida, fazendo exercícios e exercícios de memória fomos jogados agora para fora. Fomos expulsos de um local que nos acolhia também, porque a diretora, maria Auxiliadora nos ajudava com tudo, com remédio e com assistência e a gente não esperava por essa surpresa desagradável. O que eu vou fazer agora da minha vida?”, indaga Maria Domingas limpando as lágrimas do rosto.
No Centro de Convivência dos Idosos as pessoas vinham de vários bairros e até da zona rural de Teresina, em busca de exercícios de reabilitação, exercícios físicos e também para lanchar. Alvira Santos, de 69 anos, diz que sai todos os dias às 5h40min do povoado Santa Tereza, zona rural de Teresina e chega ao Centro às 8h, onde faz exercícios físicos por tem uma perna doente. Ela frequenta o centro há 5 anos. “Dá uma dor no coração tão grande. Todo mundo vinha pra cá porque ficava no centro da cidade. Amanhã eu já não sei pra onde eu vou. Estou desorientada e perdi amizades que acumulei nos últimos cinco anos, desde que comecei a vir”, falou Alvira Santos.
A aposentada Rosina Maria de Jesus, 68 anos, declarou que há 10 anos faz exercícios físicos e de reabilitação no Centro de Convivência. “Quando cheguei aqui, o médico tinha me dito que eu ia ficar no fundo de uma cadeira de rodas pelo resto da minha vida. Comecei a fazer exercícios aqui e hoje caminho normalmente”, declarou Rosina Maria de Jesus.
A idosa Francisca das Chagas Silva disse que o Centro existe há 17 anos e atende 200 idosos. “Desde quando resolveram fazer do centro de convivência um centro de excelência para a mulher, começaram a boicotar a gente. Tem dia que falta gás, tem dia que falta lanche e hoje não tem mais nada na dispensa da cozinha. Pra tentar fazer a mudança ele começaram o boicote. Está muito triste porque os idosos viviam aqui amparados pelos outros jogando dama e conversando. Alguns deles almoçam no restaurante do estado e vem pra cá”, declarou Francisca das Chagas.
Meio Norte