Inverno é insuficiente e mais de 40 cidades do semiárido vão ter problemas de água
Na região que tradicionalmente enfrenta problemas de chuvas, as perspectivas se mantêm graves, talvez mesmo sombrias.
Sarah Maia em 09 de março de 2017
As boas precipitações que estão animando os produtores nos cerrados piauienses e em regiões como médio e baixo Parnaíba, não encontram correspondência para mais de 40 cidades no semiárido. Na região que tradicionalmente enfrenta problemas de chuvas, as perspectivas se mantêm graves, talvez mesmo sombrias.
A revelação é do secretário estadual de Defesa Civil, deputado Hélio Isaias (PP), que concedeu entrevista ao Acorda Piauí, esta manhã, na rádio Cidade Verde. A primeira diferença é que as chuvas no semiárido não têm sido tão animadoras. Um exemplo que o secretário oferece é o da cidade de São Raimundo, que teve em fevereiro uma boa chuva de 107 milímetros. E nada mais.
O outro problema é o baixo nível das principais barragens da região. A barragem Petrônio Portela, que abastece São Raimundo e outras nove cidades, está com apenas 8% da sua capacidade de armazenamento. No mesmo período do ano passado, o volume era três vezes maior. Também barragens como a de Piaus estão com nível d’água muito baixo.
Para Hélio, essa realidade aponta para uma situação crítica no segundo semestre, já que o período chuvoso do semiárido está chegando ao fim. No ano passado, a barragem de Petrônio Portella chegou dezembro – antes da retomadas das chuvas – no limite. Para este ano, quando a água acumulada é apenas de um terço de um ano atrás, os problemas de abastecimento devem se complicar ainda mais, e bem mais cedo.
Poços como saída emergencial
O secretário Hélio Isaias diz que, diante das perspectivas críticas, já está desenvolvendo um “plano B” que assegure o abastecimento das populações. Uma das saídas é o uso de poços, tanto com a perfuração de novos como a melhor utilização de outros já existentes, levando a água desses poços à adutora do Garrincho, por exemplo.
Mas a preocupação é com todo o semiárido, em mais de 40 cidades. Ele cita o caso de Jaicós. O ponto de captação para atender à população da cidade está a 54 km da sede do município. Para viabilizar a adução dessa água, seriam necessários cerca de R$ 60 milhões.
“Estamos preocupados e já agindo de forma antecipada e planejada”, diz Hélio Isaias. Para ele, o fundamental é que as populações não fiquem desassistidas.
Fonte: Cidade Verde