Mãe de gêmeas morre, e família faz campanha para arrecadar fralda e leite
A dona de casa Marcilene Vilalba Vera, 22 anos, morreu uma semana após dar à luz as gêmeas Rebecca e Sophia. Ela teve complicações depois do parto
Cleiton Jarmes em 18 de julho de 2015
A dona de casa Marcilene Vilalba Vera, 22 anos, morreu uma semana após dar à luz as gêmeas Rebecca e Sophia. Ela teve complicações depois do parto e teve de ser internada em um hospital, em Cuiabá. As meninas estão agora com parentes da mãe, que pedem doações de leite e fraldas.
As bebês nasceram por cesárea no dia 6 de julho, e a mãe morreu na última quarta-feira (15), no Hospital Geral Universitário (HGU). Ao G1, a irmã da jovem, Marciane Vilalba Vera, contou que Marcilene e as crianças receberam alta no dia 9. Segundo ela, ao deixar o hospital, a irmã estava sentindo dores.
“Quando ela saiu eu ainda questionei o médico se ela poderia ter alta porque estava muito inchada”, contou. De acordo com a tia das bebês, o médico respondeu que o inchaço na irmã era resultado de retenção de líquidos e que ela precisaria se movimentar para desinchar. “Ela chegou em casa com muita dor no peito. Ela nem conseguiu dormir reclamando de dores.”
Um dia após ter alta, a mãe das gêmeas voltou ao HGU para um exame. Ela teria passado por uma pré-consulta na unidade, e, em seguida, foi internada. A jovem ficou no hospital seis dias. Porém, morreu na madrugada da última quarta-feira, e o corpo foi enterrado nesta quinta (16). O atestado de óbito aponta que a mãe das crianças morreu de edema pulmonar agudo, mas o laudo informando a causa da morte deve ficar pronto em 60 dias.
O HGU informou, por meio de assessoria, que realizou todos os procedimentos necessários na paciente e que o quadro de saúde não apresentava nenhum tipo de complicação quando recebeu alta médica. Confirmou também que Marcilene retornou ao hospital sentindo dores e que sofreu uma parada cardiorrespiratória. A unidade disse que vai aguardar o laudo de necrópsia.
No entanto, segundo os familiares, os médicos suspeitavam que a jovem teria contraído o vírus da influenza H1N1. “Só que ontem descobrimos que do tempo que ela ficou internada nenhum exame para comprovar a doença foi pedido”, disse a irmã.
O hospital alegou que o exame não foi realizado porque a paciente não apresentou nenhum sintoma da doença, na ocasião.
Marciane contou ainda que antes da morte da irmã, um médico da unidade encaminhou uma mensagem informando o estado da paciente. “A sua irmã encontra-se estável, ainda respirando com a ajuda de aparelhos. Ainda não tem um diagnóstico conclusivo, mas a resposta do organismo dela aos medicamentos está sendo satisfatória. A previsão, caso não haja nenhuma intercorrência no período, é que ela volte a respirar até a próxima sexta-feira (17)”, diz trecho da mensagem. Segundo Marciane, 30 minutos depois a irmã morreu.
A jovem chegou a amamentar e dar banho nas recém-nascidas. “Ela saiu daqui dizendo que só ia para o hospital porque seria bem cuidada e que logo voltaria”, lembrou a tia das bebês.
A gravidez, segundo a irmã de Marcilene, foi uma surpresa. “Ela fez todas as consultas, mas só tinha aparecido um bebê. Quando ela fez a ultrassonografia no sétimo mês, a outra criança apareceu. “Mas a minha irmã acreditava que se Deus tinha dado essa benção a ela tudo daria certo”, lembrou Marciane.
Campanha
Com a morte da jovem, as gêmeas Rebecca e Sophia estão sob os cuidados dos familiares. Eles contam que não têm condições financeiras para comprar fraldas, leite e, por isso, decidiram mobilizar uma campanha nas redes sociais para arrecadar os produtos. As duas crianças nasceram de oito meses e, conforme Marciane Vilalba, a presença das bebês em casa diminui o sentimento de perda.
“As duas são o consolo que Deus deixou para nós tentarmos superar a dor que estamos sentido agora. Está sendo difícil, mas com a ajuda de todos vamos seguir em frente”, disse às lágrimas a tia das bebês ao G1.
Sophia e Rebecca nasceram com 2,48 e 2,43 quilos, respectivamente, e, precisam principalmente de doação de fraldas, roupas e leite em pó.
Fonte: G1
Como e onde é feito as doações?