‘Não é dificuldade’, diz mãe sobre adoção de criança autista e deficiente visual
Francisca das Chagas superou as limitações do filho para encontrar a felicidade. Casos de adoção diferenciada são poucos, segundo CNJ.
Sarah Maia em 08 de abril de 2017
os poucos, famílias que desejam adotar uma criança percebem que não há limitações para encontrar a felicidade, mesmo que ela venha acompanhada de complexidades. É o caso da dona de casa Francisca das Chagas Costa, que superou todas as barreiras e adotou um menino com autismo, deficiente visual e retardo mental.
“Adotar uma criança especial não é dificuldade nenhuma. É só você aceitar. Não ter vergonha, sair e mostrar para o mundo que ele é um ser humano também”, declarou.
Quem vê Raimundo Nonato anos oito atrás nem imaginava que ele se tornaria um adolescente ativo, feliz e cheio de energia. A não ser uma pessoa: Francisca das Chagas, que ignorou qualquer impossibilidade de uma relação maternal entre os dois e hoje são uma família.
Juntos, mãe e filho vencem a cegueira, o retardo mental e o autismo. “Eu falei que queria ele, me perguntaram se tinha certeza. Quando fui ao abrigo conhecê-lo e ao entrar lá, o Nonato ainda no berço abraçou o meu pescoço, me deu mais vontade de querer ele”, contou Chagas emocionada.
Mas o que poderia ser um bom exemplo, infelizmente ainda é uma exceção. São poucas as pessoas interessadas em abraçar a causa da adoção ‘diferenciada’. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, no Brasil para cada criança ou adolescente disponível há em média cinco pessoas interessadas em adotar, no entanto, apenas duas estão dispostas a trazer para suas famílias pessoas com algum tipo de deficiência.
O Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (Cria) acompanha três situações em que a adoção foi de uma criança com algum tipo de deficiência. Aqui a batalha contra o preconceito e a favor da conscientização.
“Nós temos o papel muito importante de sensibilizar, mostrar para as pessoas adoções de crianças especiais que deram certo e a família encontra-se feliz”, comentou a coordenadora do Cria, Francimélia Nogueira.
“Uma criança especial precisa de uma família, tanto quanto qualquer outra. As especiais demandam um pouco de trabalho e as famílias muitas vezes não estão preparadas. Quem tiver o interesse de adotar, veja a possibilidade de buscar uma criança com deficiência para contribuir melhor para o interesse delas”, destacou a assistente social Leonilda Sá.
G1 PI