PM acusado de matar Camila Abreu vai a juri popular e irá responder por três crimes
Administrador em 05 de abril de 2018
A juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara Tribunal do Júri, pronunciou o capitão da Polícia Militar, Allisson Wattson da Silva Nascimento pelo assassinato na namorada, a estudante Camilla Abreu. A decisão ocorreu nesta segunda-feira (02).
De acordo com o promotor de justiça que acompanha o caso, doutor Benigno Filho, o capitão foi sentenciado por três crimes.
“Foi publicado ontem a sentença de pronuncia da autoria da doutora Maria Zilnar Coutinho Leal. Em que pronuncia o capitão como autor de homicídio duplamente qualificado. Com qualificação em feminicídio. Além dos crimes conexos, que é a ocultação de cadáver e o crime de fraude processual. Ele vai a júri conforme consta na sentença de pronúncia”, disse o promotor.
Com a pronúncia, o policial vai a julgamento pelo júri popular pelos crimes de feminicídio qualificado e recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, ocultação de cadáver e fraude processual. O Ministério Público do Estado ofereceu denúncia baseada no inquérito policial, que concluiu que no dia 26 de outubro do ano passado, o capitão, de forma voluntária e com intenção de matar, ceifou a vida de sua namorada, Camilla Pereira de Abreu, no interior do veículo Corolla de placa NIF 8022, cor azul de que tinha posse o acusado.
A defesa
A defesa do capitão pediu a desclassificação do delito doloso contra a vida atribuído ao acusado, para o tipo culposo, sustentando que o mesmo não agiu com o intenção de matar, que o disparo ocorreu de modo acidental, quando ele, de maneira imperita, tentou desarmar a vítima. Em relação ao crime de ocultação de cadáver, sustentou que o próprio capitão apontou o local onde deixara o corpo da vítima, o que segundo a defesa, já afasta a sua caracterização.
No tocante ao crime de fraude processual alegou que o mesmo é absorvido pelo crime de ocultação de cadáver. Por último pediu a revogação da prisão do acusado alegando que além de ter o acusado contribuído com a investigação policial, inexistem motivos bastantes para a manutenção da sua segregação cautelar.
A magistrada afirmou ainda que o militar deve aguardar preso o julgamento pelo Tribunal do Júri, pois “estão presentes os requisitos e pressupostos legais autorizadores de sua prisão como medida necessária ao resguardo da ordem pública e da instrução em plenário do júri”.
Relembre o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujode sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
Meio Norte