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Por trás do cartaz que emocionou o Brasil: a história de vida do “Doutor Estudo e Garra”

em 15 de setembro de 2015

Texto, fotos e vídeos: Orlando Berti*

Ismael do Nascimento Silva, 25 anos, poderia engrossar as estatísticas tão comuns em um Brasil de rapazes pobres, afrodescendentes e moradores da periferia. Mas ele alimenta outros números: das pessoas que, mesmo sendo daquela primeira estatística, vencem na vida através da educação.

 

Ele se formou recentemente no curso de Direito. Antes da formatura já era advogado por ter passado no teste da OAB. O rapaz é conhecido nacionalmente desde o último final de semana. Durante sua solenidade de formatura levou e mostrou a todos os presentes um cartaz que dizia “O FILHO DO PEDREIRO COM A CATADORA DE CASTANHAS TAMBÉM VENCEU! #MeusPaisMeusHeróis”.

Foi o suficiente para emocionar os que estavam na solenidade. Mas a onda de orgulho de quem tanto louvou os esforços dos pais era apenas a ponta do iceberg de uma grande história, que ganha, hora após hora, dimensões que ele nunca sonhou.

O advogado representa o foco, a força e a fé. Mas Ismael Silva é muito mais que somente o rapaz do cartaz. Confessa que não quer ser exemplo para ninguém, mas reconhece o quanto os estudos e a garra são caminhos importantes para se vencer na vida.

O “Doutor Estudo e Garra” nasceu em Teresina no dia 22 de julho de 1990. Seu um quarto de século de vida bem que poderia ser parecido com o de muitos jovens da sua vizinhança: parte presa e outra envolvida com as drogas. Muitos dos que cresceram com ele perderam a vida para a criminalidade e terminaram mortos.

O tão sonhado canudo de “doutor advogado”

Ismael Silva é uma exceção que o Brasil quer que vire regra. O cartaz que levantou fez tanto sucesso que já chegou aos principais sites de notícias do país.

Mas quem é o rapaz além do cartaz? Como foi construída sua história? Ela é meteórica? Como é seu dia a dia? Por que fala tanto em família? Em estudos? O que ele pensa sobre tudo isso? Você sabia que antes de ser um campeão de popularidade por conta do ato ele já tinha vencido vários prêmios e foi um dos campeões nacionais de badminton?

Campeão nos estudos e nos esportes

A reportagem de O Olho passou uma tarde conversando com o rapaz, vendo seus hábitos, entendendo por que a Bíblia é seu livro basilar, além de conhecer um pouco de sua vida, compreendendo de onde vem sua garra e mostrando que o cartaz é uma entre tantas das faces de força, foco e fé do rapaz. Esse termo, por mais clichê que pareça ser, é um combustível para muitas mudanças.

UM LUTADOR DA PERIFERIA

Residência de Ismael Silva, na Vila Firmilho Filho, extremo Norte de Teresina

Atualmente ele mora em uma casa bem simples no final da Vila Firmino Filho, extremo Norte de Teresina, Grande Santa Maria. A residência é humilde, tem oito metros de frente e 20 de fundo. Metade do terreno não é construído. Mas tudo ali exala dignidade e nota-se que a organização é uma premissa do lugar. São cinco cômodos, entre eles uma sala, uma cozinha, dois quartos e um banheiro.

Lá residem Ismael Silva, sua mãe, a hoje comerciante, Maria do Socorro Silva do Nascimento, 43 anos, e seu padrasto José Rodrigues Ferreira, 53 anos. O advogado fica geralmente em seu quarto, três por três metros, composto de uma cama de solteiro, duas mesas em que guarda muitos troféus e materiais e o seu canto preferido: sua bancada de estudos, em que há um computador e um monitor. Um pouco acima há uma estante, lotada de livros. Tudo muito organizado.

No terraço da casa há um comércio, montado com a indenização do último emprego da mãe. Nos últimos sete anos trabalhou como empregada doméstica. “Assim a gente vai ganhando um tiquinho ali e outro tiquinho aqui”, relatou.

Ismael e dona Socorro: mãe homenageada

O pai de Ismael Silva, o pedreiro Antônio Luís Rodrigues da Silva, 48 anos, mora no bairro Santa Maria das Vassouras, bem próximo e tem constantes contatos com o filho.

Ismael é tio coruja. Tem um sobrinho de quase dois anos, que costuma dizer ser sua cópia física em miniatura.

Mesmo depois de formado continua com rotinas de estudos para alcançar sonho de ser procurador

O bravo cidadão disse que sonhava em ser juiz e que o curso de Direito sempre foi uma meta. Hoje não pestaneja e diz que profissionalmente quer ser procurador do município. A mudança de sonhos é decorrida de suas últimas atuações na área jurídica, primeiro como estagiário e atualmente como ocupante de cargo comissionado na Procuradoria do Município de Teresina. Diz também ter recebido convite de amigos para ser membro de um escritório de advocacia. “Talvez eu aceite, mas se atrapalhar os estudos para concurso, eu saio”.

O INÍCIO DE TUDO. DESENGANADO QUANDO ERA BEBÊ

Ismael era muito doente quando criança. Perdeu irmã de seis meses de idade

A vida não é fácil para Ismael Silva desde quando ele era bebê. Durante os primeiros anos de vida vivia doente. Sua mãe conta que chegou a ser desenganado por médicos. “E olha que isso aconteceu depois de uma semana de que uma irmã dele (um ano mais nova) faleceu, também dos mesmos problemas”, relatou. Na época, a garota tinha seis meses de idade.

Aos quatro anos de idade ele, a mãe, o pai e a irmã (Raquel Silva, hoje com 26 anos) vieram para a região da Santa Maria da Codipi. Foram residir com os avós, que eram caseiros em um sítio. Era uma vida difícil. Foi ali que ele começou a ver o quanto o pai, pedreiro, e a mãe, catadora e faz tudo, se esforçavam para construir uma base familiar sólida. Todos eram membros da igreja evangélica Assembleia de Deus.

Primeiro a família residiu no bairro Santa Maria das Vassouras, durante oito anos. Em 2004 conseguiram comprar um terreno no ainda isolado Parque Firmino Filho. Mas era o pedaço de chão da família.

Há poucos meses finalmente conseguiram murar a residência.

Nesse tempo Ismael Silva cresceu mais em casa, sempre com senso de responsabilidade mas com sagacidade de deixar muito adulto para trás.

SEMPRE EM ESCOLA PÚBLICA. NÃO PRECISOU FAZER ALFABETIZAÇÃO

Ismael Silva sempre estudou em escolas públicas.

Mãe, dona Maria do Socorro: a mola-mestra para incentivo aos estudos

Ele começou sua vida estudantil na Escolinha Tio Araújo, da rede pública municipal. Lá fez o Jardim da Infância.

Desde criança já era considerado um garoto inteligente e esforçado, tanto que não precisou fazer alfabetização, pulou logo para a 1ª Série sob conselhos das professoras da época, pois tinha facilidade em aprender a ler.

Fez os dois primeiros anos do primário na Escola Municipal Santa Maria das Vassouras, no bairro do mesmo nome.

A terceira e quarta séries também foram feitas na rede pública municipal, dessa vez no Colégio José Rios.

Da 5ª a 8ª série os estudos foram feitos no Colégio José Gomes Campos, no Parque Wall Ferraz, ainda nas proximidades de sua residência.

Durante esse tempo nunca ficou de recuperação e muito menos tirou alguma nota “vermelha”.

O mesmo padrão de dedicação aos estudos continuou no Ensino Médio. Era hora de começar a pegar ônibus diariamente e estudar distante de casa. Fez do 1º ao 3º ano do Científico no Colégio Estadual Helvídio Nunes, no bairro Marquês. Tudo estudando no período diurno. Pela manhã ia para o colégio, à tarde ajudava a mãe no sustento da casa. Vendeu de quase tudo.

ENTRE VENDA DE DINDINS, ESPETINHOS E MUITA CARA NOS LIVROS

Ismael conta da dupla rotina que tem desde os dez anos de idade: estudo e trabalho. Nunca tirou nota “vermelha”

Ismael Silva sempre estudou em escolas públicas. E fez questão de ajudar a manter a casa.

Ele estudava em um horário e no outro vendia dindins (espécie de picolé caseiro vendido em pequenos sacos). Depois vendeu milho e espetinhos.

“Já fiz de tudo. Só nunca precisamos mexer no alheio”, relatou.

Carinho do filho para a mãe que catou castanha, manga, trabalhou como doméstica e fez de tudo para ele vencer

A mãe de Ismael Silva, dona Maria Silva, destaca que por muito tempo foi classificadora de mangas na Fazenda Canaã. “A gente trabalhava até onze da noite para poder tirar um extra. A gente ganhava muito pouco. Por isso ele ajudava a gente”. Até hoje ela se emociona ao lembrar de tempos mais difíceis. “Pobre só vence mesmo se for no estudo”, reconheceu.

A ENTRADA NA UNIVERSIDADE

Entrar na universidade não foi fácil para Ismael Silva. Em 2007 ele terminou o Ensino Médio e logo prestou vestibular. Só pôde tentar na UESPI – Universidade Estadual do Piauí. Colocou para o curso de Direito, seu sonho, mas no campus Poeta Torquato Neto (o mais concorrido da instituição). “Era o mais perto de minha casa”, relatou o advogado. “Só deu para fazer na UESPI porque lá estudante de escola pública tinha desconto na inscrição. Nos outros era mais caro e não tinha dinheiro”, revelou.

Depois de não passar em dois anos, no terceiro: passou em tudo e ganhou bolsa integral

Ismael Silva não passou. Ficou entre os classificados. Bateu na trave, mas não foi convocado. “Voltei a estudar, a lutar, a ajudar minha mãe”.

Em 2008 tentou novamente para a UESPI e fez o Enem. Não obteve êxito em nenhum dos dois.

Mas você acha que ele desistiu? Não!

Em 2009 lá estava Ismael Silva prestando vestibulares pela terceira vez. Não deu outra: foi aprovado para os cursos de Letras – Português na UESPI e na UFPI. Com a nota do Enem – Exame Nacional do Ensino Médio (que substituiu o vestibular em muitas universidades) tinha nota para passar para Direito, via Prouni – Programa Universidade Para Todos – do Governo Federal, que dá bolsas de estudo para pessoas carentes ou oriundas de escolas públicas. Podia escolher até cinco cursos de cinco universidades. Em todas tinha nota para passar. Escolheu o ICF – Instituto Camilo Filho. Tinha bolsa integral.

A escolha do curso de Direito foi justamente para realizar o sonho de promover justiça, ética e também de promoção de ajuda ao próximo. “O bem estar do próximo é meu bem estar”, diz, orgulhoso.

As pessoas e o lugar mudariam para sempre sua vida. E foi essa escolha que culminou com sua formatura, ocorrida na última sexta-feira (11 de setembro) que terminou ganhando o país. Ele lembra que antes de se formar, já no nono ano de curso, tinha passado para o Exame de Ordem, que o credencia a ser advogado.

Mas para chegar ao dia da exibição da famosa faixa, a vida de Ismael Silva passou por uma série de percalços.

A DURA VIDA DE PASSAR FOME MAS NÃO DESISTIR DE UM SONHO

Os famosos cadernos que ele organizava com conteúdos das disciplinas. Fama em toda a universidade

Sem pestanejar e muito menos com nenhum segundo de vergonha Ismael Silva disse que passou muita fome durante os seus dois primeiros períodos como estudante de Direito.

“Eu saía de casa bem cedo. Passava a manhã na universidade para poder estudar e me concentrar melhor e à tarde (14h às 17h40) via as aulas. Ficava sem almoçar”, contou.

As constantes dietas forçadas terminaram quase que levando Ismael Silva a ter problemas estomacais.

Quando fazia o terceiro período sua presença começou a chamar atenção da dona da cantina do Instituto Camilo Filho, conhecida por Dorinha.

Desde o início do curso Ismael Silva também já ganhara o carinho de quase todos da turma. Uma das estratégias era organizar cadernos de estudos. Espécies de apostilas e materiais de resumo. Ele anotava tudo, depois digitava e socializava com os colegas de classe.

A estratégia de estudo ganhou tanta fama na universidade que até hoje os cadernos de materiais feitos por Ismael Silva circulam entre alunos e professores do Instituto Camilo Filho.

A simpatia em fazer esses cadernos fez com que a turma o ajudasse em várias oportunidades. Muitas vezes foi presenteado com livros e, em agosto de 2012, quando teve seu notebook furtado durante uma viagem ao Maranhão, terminou, dez dias depois, sendo presenteado pela turma com um novo computador. “Foi no dia 02 de setembro de 2012. Não tem como esquecer”.

GANHADOR DE PRÊMIOS

Ismael Silva há tempos vem se destacando por sua inteligência privilegiada e garra. Os principais eletrônicos de sua casa não foram comprados. Todos foram ganhos em concursos.

TV que ganhou em concurso de reportagem. Um entre tantos eletrônicos frutos dos estudos

A televisão digital de 42 polegadas que enfeita a sala foi ganha em maio de 2014 no concurso “Caçadores de Reportagens” da TV Clube (afiliada à Globo no Piauí). “Fiz uma reportagem sobre os artistas de rua. Meu cunhado que me filmou”, revelou, feliz, apontando a TV que ainda hoje emoldura a sala de sua residência.

O computador e uma bancada de estudos também foram ganhos em 2007 ao participar de um concurso literário de cordel.

Seu primeiro notebook foi ganho no concurso da Igreja Assembleia de Deus ao fazer um trabalho sobre a história dos assembleianos.

A lista de conquistas ainda contam com alguns troféus e prêmios em dinheiro, os dois últimos deles fruto do concurso do Prêmio Cidade de Teresina de Educação no Trânsito. Em 2013 ele foi segundo lugar. Em 2014 foi primeiro. e o seu mais novo eletrônico é um tablet ganho no concurso da secretaria municipal da Juventude, em que propôs alternativas para melhorar a vida dos jovens da periferia de Teresina. “Apresentei o projeto “Craque 10, crack 0”. Serão R$ 4 mil para a gente ajeitar uma quadra aqui na região”, revelou.

SUPER-CAMPEÃO DE BADMINTON

Ismael, à esquerda, quando jogava badminton pela Seleção Piauí

Ismael Silva disse que parou de jogar badminton por conta dos estudos. Ele começou a jogar o esporte ainda quando fazia o ensino médio.

Participou de várias competições regionais e nacionais. Ganhou mais de 130 medalhas e quase 30 troféus. Todos guardados em seu quarto.

Ele já foi jogador da Seleção piauiense de Badminton e sua última conquista ocorreu em dezembro de 2013 quando ganhou a medalha de bronze no campeonato brasileiro do esporte. Nessa época teve de operar o joelho direito. A dedicação ao esporte também trouxe várias lesões nos dois ombros.

Do esporte sobrou uma vida saudável, várias histórias e mais uma área para ele lembrar o que é uma batalha.

O CARTAZ

Homenagem que recebeu dos colegas de universidade

O cartaz, conta Ismael Silva, era uma ideia de homenagear os pais muito antes da formatura. “Foi tudo muito surpresa”.

O advogado conta que quebrou o protocolo ao receber o canudo. Pegou o cartaz, desceu do palco e foi ao encontro dos pais, que estavam na plateia do Atlantic City.

Carta da turma. Ganhou computador

Ele disse que ficou muito surpreso com tanta repercussão da foto. E que desde que a empresa que fez as imagens (contratada para fotografar a formatura) colocou a foto no Instagram e não parou mais de receber mensagens e ligações de pessoas o parabenizando.

“Tudo o que meus pais fizeram por mim não paga”, confessou. Mesmo os pais estarem separados há 11 anos e morando com a mãe e o padrasto, diz que constantemente mantém contato com o pai e que o padrasto o trata muito bem.

“É um menino muito estudioso e que não dá um pingo de trabalho”, revelou o padrasto.

A faixa até dois dias antes da formatura não estava pronta. O material foi confeccionado em uma gráfica rápida no bairro São Joaquim (zona Norte de Teresina). “A menina queria cobrar R$ 70, mas quando viu do que se tratava deu um desconto”.

Com muito orgulho Ismael Silva mostra as homenagens recebidas pelos colegas de turma. Entre elas há uma carta e um cartão que marcaram momentos entre os 50 colegas que entraram na universidade com ele e os 33 que se formaram.

Ele não esquece de dizer o quanto a turma e os professores foram importantes para todo o momento em que está vivendo.

Vídeo de Ismael Silva, emocionado, ao ler cartão feito pela turma de Direito do ICF:

O HOJE E SEU TRABALHO DE MOVIMENTOS SOCIAIS

Vascaíno quase fanático, ele ostenta vários símbolos do time carioca que este ano está em maus lençóis no Campeonato Brasileiro. “Ele não cairá”, comentou ao ser interpelado sobre a situação do Vasco ser rebaixado.

Durante ação social na periferia de Teresina

Samuel Silva está solteiro há mais de um ano. Ele conta ter namorado uma colega que praticava badminton, mas terminaram por conta dos estudos. “Preciso focar”.

O advogado disse também querer casar somente quando estiver financeiramente estável. “Quero ser pai de um time, ops, na verdade de uns dois ou três meninos. A família é fundamental”.

Uma das faces que Ismael Silva revelou é seu trabalho frente a movimentos sociais, principalmente com o grupo Jovem Com Visão. “Ele atua nos locais em que somos chamados. Fazemos uma série de trabalhos sociais. Não cobramos nada para isso. É tudo feito de coração”, destacou.

Crença em anjos. Material da formatura

“Muitos anjos apareceram em minha vida, então ajudar o próximo é quase uma obrigação”, complementou.

BÍBLIA: O LIVRO QUE O INSPIRA. NASCEU E CONTINUA NA ASSEMBLEIA DE DEUS

Deus é um elemento muito presente na vida de Ismael Silva. O advogado fala que sem o Criador nada somos.

Ele nasceu e foi criado como membro da Assembleia de Deus tradicional. Atualmente frequenta o templo da Santa Maria das Vassouras. Adesivos e inscrições sobre Jesus emolduram várias partes da casa. No quarto de três metros por três metros, entre dezenas de livros, quase todos literários ou de Direito, três Bíblias fazem parte do cenário.

Bíblia. Livro inseparável

É da Bíblia que também tira suas duas frases preferidas “Eu sei que o meu Redentor vive e que no fim se levantará sobre a terra”, do livro de Jó (Antigo Testamento), capítulo 19, versículo 25. A outra frase inspiradora é “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam”, do Primeiro livro de Coríntios (Novo Testamento), capítulo 2, versículo 9.

E com a Bíblia na mão diz que sua palavra de vida é determinação.

Ismael Silva provou que é determinado, que é focado, que tem força e, principalmente fé. É daqueles que um cartaz é apenas a porta de entrada para o conhecimento de um grande ser humano, principalmente em tempos de que ser honesto e vencer via estudos pode causar estranheza para uma maioria.

Se despediu após um dia de trabalho. E mesmo continuando a andar de ônibus, a acordar bem cedo e a trabalhar muito, sonha e diz que passará em concurso público em breve, pois a palavra desistir está riscada de seu dicionário.

Vídeo da mensagem de Ismael Silva comentando sobre a importância dos estudos e de nunca desistir: 

Ismael continuará com mais um cartaz levantado, esse diário, mostrando que vale a pena estudar e agarrar as oportunidades da vida.

* Jornalista e professor universitário. Atua em O Olho via Projeto de Pesquisa de Etnografia das Redações tentando entender o modo de fazer jornalismo no Piauí.

Fonte: Orlando Berti/ O Olho