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Por trauma de estupro, adolescente ‘surta’ e denuncia caso repetidamente

Psicologa diz que não é a primeira vez que a adolescente "revive" o momento do estupro e busca ajuda.

em 23 de maio de 2017

Imagem Reprodução: google

As consequências psicológicas de um estupro podem ter repercussões gravíssimas. Vítima de abuso sexual há um ano, uma adolescente de 14 anos, em Teresina, causou comoção ao buscar ajuda novamente para denunciar o caso. A assistente social da Casa de Zabelê, Ariana Paz, onde a garota recebe atendimento, diz que não é a primeira vez que a adolescente “revive” o momento do estupro e busca ajuda.

Na última quinta-feira (18), a garota embarcou em um ônibus na zona Norte. Minutos depois, ela foi até o cobrador e disse que havia sido estuprada na noite anterior e que sentia fortes dores. O trabalhador, que não quis se identificar, conta que pediu ao motorista que desviasse a rota do coletivo para levar a garota a um hospital.

“No começo não entendi direito, mas fui até o meu colega e perguntei se a gente poderia levar a garota para o Hospital da Primavera, que era o mais próximo. Não falei o motivo , pois tinha muita gente no ônibus e a garota poderia ficar constrangida. Fui com ela até o atendente e pedi pra fazer uma ficha. Eles disseram que ligariam para uma assistente social que iria cuidar do caso dela, aí voltei ao trabalho”, relata o homem.

No hospital, a garota recebeu atendimento e o caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar. Como a jovem já é atendida na Casa de Zabelê – instituição filantrópica que atende adolescentes vítimas de abuso, exploração sexual e abandono em Teresina -, a entidade foi acionada.

Assistente social na Casa, Ariana Paz conta que a adolescente sofre de múltiplas deficiências mentais e que, por isso, é atendida pelo Centro de Apoio Psicosocial (Caps) e toma medicações fortes. Por vezes, ela adormece no trajeto entre sua casa e a escola ou a caminho da Casa de Zabelê. Desorientada, ao acordar, ela “revive” o abuso e denuncia o caso outra vez.

“Ela fala com quem estiver perto, se avistar um policial ela corre para contar o que houve. É um caso delicadíssimo de um trauma em consequência de um abuso sexual em uma adolescente que já tinha problemas. Infelizmente a família não tem condições de acompanhá-la sempre, então ela acaba denunciando o caso repetidamente”, explica.

A assistente social destaca que o suspeito do abuso era vizinho da adolescente e um processo está em curso sobre o caso. Contudo, devido à situação delicada de saúde mental da vítima, o processo tem se arrastado.

“Infelizmente a Justiça trata o caso como apenas mais um. Esse é um  caso especial, ela nem sempre consegue comparecer às audiências porque não sabe chegar ao local, dorme dentro do ônibus. Não se pode tratar um caso desses como um caso comum, é muito delicado”, lamenta Ariana.

Ela explica que, apesar do forte trauma, a adolescente continua recebendo auxílio na Casa de Zabelê, frequenta a escola e é atendida pelo Caps, onde faz acompanhamento com profissionais e recebe os medicamentos necessários para seu tratamento.

 

Maria Romero
Cidade Verde

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