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Professora é presa após forjar o próprio sequestro e exigir R$ 2 mil de resgate

Daiane saiu de casa na noite de terça-feira e avisou aos familiares que iria para a casa do namorado, na cidade de Sobral. Horas depois, por volta das 21h, ela ligou para a irmã e, chorando ao telefone, disse que havia sido sequestrada.

em 12 de maio de 2017

Uma professora da rede municipal de ensino de Sobral, no Ceará, foi presa por forjar o próprio sequestro e exigir uma recompensa de R$ 2 mil. Daiane Souza Silva, de 23 anos, foi encontrada dentro de um barraco, no centro da cidade, nesta quarta-feira. Além dela, o dono do imóvel, Michel Platini Farias Rodrigues, também foi preso por ser cúmplice da professora.

Daiane saiu de casa na noite de terça-feira e avisou aos familiares que iria para a casa do namorado, na cidade de Sobral. Horas depois, por volta das 21h, ela ligou para a irmã e, chorando ao telefone, disse que havia sido sequestrada.

– Ela ligou para a família e disse aos prantos que tinha sido sequestrada e que por isso não tinha chegado à casa do namorado. Nós só soubemos do suposto sequestro no dia seguinte, por volta das 7h, quando a irmã dela veio até a delegacia registrar a ocorrência. No celular dela tinham fotos da Daiane amordaçada e áudios dos supostos sequestradores. Logo em seguida, saímos em diligências para encontrá-la. Achamos a Daiane no fim do dia – disse o inspetor Leonardo Menezes, da Delegacia Municipal de Sobral.

No áudio enviado para o celular da irmã de Daiane, a própria professora grava uma mensagem fingindo ser uma sequestradora. Ela tenta alterar a voz e diz que quem está falando é uma facção criminosa da região.

“Nós tâmo com a gata aqui, mano. Nós quer dois mil real pra soltar ela. Aqui é o ****, é o comando daqui, é nós que manda. Ela tá aqui com nós. Nós pegou o dinheiro dela e nós quer dois mil real em 24 horas pra soltar a gata. Se meter os homem aí no meio, o negócio vai ferver pra ela, sacou maluco? Nós vamos ficar aqui falando com vocês no zap zap gata. Não perde tempo não, mermão. Se não o negócio não vai prestar não”, dizia o áudio.

De acordo com o inspetor, desde o início a polícia suspeitou do sequestro. No entanto, a família da jovem se mostrava desesperada com o sumiço da professora.

– Desde o início estranhamos esse sequestro. É um valor de resgate muito baixo e a vítima mantinha muito contato com a família por áudio. A irmã e o namorado dela estavam desesperados. A mãe ficou na cidade dela, cuidando da filha da Daiane, que tem três anos. Os amigos de trabalho dela já tinham feito uma vaquinha para pagar o resgate – contou.

A professora foi encontrada após uma pessoa reconhecer o local das fotos enviadas por ela para a família.

– Fomos até um Centro Umbandista que ela frequenta e mostramos as imagens para as pessoas, para saber se alguém reconhecia o local ou havia visto a Daiane. Um rapaz reconheceu a casa pela geladeira e nos deu o endereço. Quando chegamos, Daiane estava deixando o local com o Michel – disse o inspetor.

Em depoimento à Polícia, Daiane disse que a família a menosprezava e que o sequestro era uma forma de fazê-los dar atenção a ela.

– Ela alegou que tudo não passou de uma brincadeira e que forjou o sequestro para chamar a atenção da família. Disse que ninguém dava atenção a ela. O namorado nem quis falar com ela quando chegou à delegacia de tão irritado que estava. A irmã só sabia chorar e gritar ‘por que você fez isso? E a sua filha?’. Ela ainda disse que sofre de depressão e tem problemas psicológicos. Nós ainda iremos avaliar – disse o inspetor.

Daiane Silva e Michel Platini vão responder pelo crime de extorsão qualificada. A pena varia de quatro a 10 anos.

Extra 

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