Sintect: tempo para abrir cofres aumenta risco de servidores dos Correios
De acordo com o sindicato, a medida aumentou ainda mais os riscos a que estão submetidos os servidores da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos), tendo em vista que, em caso de assalto, os trabalhadores ficarão por mais tempo sob a mira de criminosos armados.
Cleiton Jarmes em 23 de outubro de 2014
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect-PI) divulgou, nesta quarta-feira (22), uma nota manifestando o repúdio contra uma circular emitida pela Diretoria Regional dos Correios do Piauí, que aumentou para 45 minutos o intervalo de abertura dos cofres nas agências.
De acordo com o sindicato, a medida aumentou ainda mais os riscos a que estão submetidos os servidores da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos), tendo em vista que, em caso de assalto, os trabalhadores ficarão por mais tempo sob a mira de criminosos armados. “A Diretoria Regional do Piauí não se incomoda com a situação de insegurança e violência a que estão expostos os funcionários dos Correios. Com a programação de retardo da abertura do cofre ampliada para 45 minutos, isso significa que, no caso de um assalto, os trabalhadores poderão ficar todo esse tempo sob poder de criminosos, até que o cofre se abra e eles possam levar o dinheiro”, alerta o sindicato.
Segundo o secretário geral do Sintect, Edvar Soares, os servidores vivem uma sensação constante de insegurança nas agências, sobretudo naquelas que estão localizadas no interior do Piauí. “Há casos de trabalhadores que ficaram traumatizados depois de terem sido alvo de assaltantes, e mesmo com atestados médicos e de psicólogos eles são obrigados a trabalhar nos guichês. O sindicato tem acompanhado muitas ações contra a ECT, ajuizadas por esse motivo”, revela Edvar Soares.
O secretário geral do sindicato lembra que o número de assaltos aos Correios cresceu vertiginosamente desde que a empresa passou a prestar serviços de Banco Postal – atualmente em parceria com o Banco do Brasil.
O sindicato calcula que a quantidade de assaltos às agências da ECT já ultrapassou a casa dos 200 por ano no Piauí. Mesmo assim, quase nenhuma reivindicação dos servidores no quesito segurança foi atendida pela empresa. Até agora, a empresa providenciou apenas a contratação de um vigilante armado para cada agência. No entanto, o sindicato que representa os trabalhadores afirma que o ideal seria que fossem instalados nos postos dos Correios todos os instrumentos que existem atualmente nos bancos, como as portas giratórias com sensores de metal.
“Apesar da luta para se fazerem ouvidos, os trabalhadores da ECT continuam ano após ano sendo ignorados, mesmo com os altos números registrados em doenças ocupacionais e mortes causadas pela ação de criminosos. A verdade é que todas essas tragédias são facilitadas pela morosidade e desinteresse da empresa no investimento em segurança”, conclui o Sintect-PI.
Fonte: Portal o dia