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Trabalhadores protestam contra a Reforma da Previdência em Teresina

Manifestação ocorreu em três pontos da capital de forma simultânea. Trânsito chegou a ficar parado na manhã desta quarta (15) no Centro.

em 15 de março de 2017

Trabalhadores saíram do Centro em caminhada até a Avenida Frei Serafim (Foto: Gilcilene Araújo/G1)

Trabalhadores de várias categorias paralisaram as atividades nesta quarta-feira (15) em Teresina em um protesto contra as reformas da Previdência e Trabalhista, propostas pelo governo federal. As manifestações acontecem de forma simultânea em três pontos da capital e começaram por volta das 9h. Nem os organizadores e nem a Polícia Militar divulgaram o número de pessoas.

No Centro, o ato público ficou concentrado em frente à agência central do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Lá, os manifestantes bloquearam o cruzamento das ruas Areolino de Abreu com Rui Barbosa. Diversos ônibus do transporte público ficaram parados. Passageiros ficaram prejudicados e reclamaram.

Diversos ônibus ficaram parados no Centro após bloqueio de manifestantes (Foto: Gilcilene Araújo/G1)

“Quase não saio com a minha mãe porque ela tem a saúde fragilizada e no dia que a gente sai pra resolver um assunto isso acontece. Estamos há mais de meia hora paradas aqui, nesse calor. Todos têm direito de protestar, mas dessa forma atrapalha”, disse Joana D’Arc.

No Teatro de Arena, localizado na Praça da Bandeira, diversos servidores participaram de uma assembleia sobre as propostas do governo federal com as novas normas previdenciárias. O grupo saiu em caminhada pelas ruas do Centro da capital. Um manifestante chegou a ser roubado em meio à multidão e um pequeno tumulto se formou. As demais pessoas que acompanhavam o protesto correram atrás do suspeito e ao recuperar a bolsa o soltaram.

Viaturas do 1º Batalhão da Polícia Militar chegaram a acompanhar o ato em alguns momentos, mas depois o grupo seguiu sem escolta policial. Com a chegada dos manifestantes na Avenida Frei Serafim, o trânsito ficou complicado após a interdição da via. Agentes da Superitendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) orientaram os motoristas.

Teatro de Arena foi ocupado por servidores que realizaram assembleia (Foto: Gilcilene Araújo/G1)

Raimundo José de Sousa, aproveitou a movimentação para vender picolé. Ele disse que apóia o protesto. O idoso tenta há 14 anos se aposentar. “Trabalhava como gari na limpeza pública e fraturei a coluna, desde então tento me aposentar e não consigo. Hoje estou aqui para apoiar o protesto e aproveitar para trabalhar também, que é com esses bicos que sustento a  família”, falou.

Outros manifestantes protestaram na Avenida Marechal Castelo Branco, em frente à Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). Com faixas e cartazes, eles pedem a manutenção dos direitos trabalhistas e mostram ser contrários à reforma. No plenarinho da Alepi, professores pediram durante audiência pública o apoio dos parlamentares para barrar a aprovação da reforma. O deputado estadual João De Deus (PT) se comprometeu em criar uma Frente Parlamentar na Alepi com os parlamentares que são contrários ao projeto.

“Consideramos essa reforma um ataque aos direitos sociais e o rombo da previdência é uma farsa porque a arrecadação é alta. Rejeitamos a privatização da previdência. Essa reforma é para forçar o trabalhador a fazer a previdência privada. Queremos uma maior fiscalização dos impostos”, falou representantes do Sinte-PI durante a audiência.

Trabalhadores ligados aos Correios, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato dos Servidores Municipais, Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Piauí (Sinte-PI), entre outros, estiveram no ato.

Trabalhadores saíram em caminhada pelas ruas do Centro de Teresina (Foto: Gilcilene Araújo/G1)

Reformas do governo federal
A reforma da Previdência proposta pelo governo prevê, entre outras coisas, a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria. A gestão Temer também apresentou um projeto para mudar a legislação trabalhista. Uma das ideias é permitir que negociações coletivas se sobreponham à lei.

Pelas regras propostas pela gestão Temer, o trabalhador que desejar se aposentar recebendo a aposentadoria integral deverá contribuir por 49 anos.

O governo federal estima que deixará de gastar cerca de R$ 740 bilhões em 10 anos, entre 2018 e 2027, com as mudanças propostas por meio da reforma da Previdência Social. Desse valor total, as mudanças no INSS e nos benefícios por prestação continuada (BPC) representariam uma economia de R$ 678 bilhões e, nos regimes próprios, de cerca de R$ 60 bilhões.

Assembleia Legislativa, um grupo de trabalhadores também realizou protesto (Foto: Junior Feitosa/G1)

 

G1 Piauí

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