Dindin, dida e geladinho: piauiense fatura com vendas durante o BRO-Bró
Francisca das Chagas vende cerca de 120 dindins e sonha com casa própria. Nome do mesmo sorvetinho varia nas diferentes regiões e estados do país.
Cleiton Jarmes em 12 de setembro de 2016
Para aproveitar o BRO-Bró no Piauí, período em que as temperaturas variam entre 35 e 40 graus, há quem esteja aproveitando a oportunidade para faturar uma grana extra e ajudar nas despesas de casa. É o caso da vendedora de dindins Francisca das Chagas Pereira Cézar, de 43 anos, que vende o sorvetinho há mais de quatro anos e hoje sonha com a casa própria.
“Hoje vivo de favor, na casa da minha cunhada. Mas o meu sonho mesmo é ter a minha casa própria. Ter o meu próprio espaço”, disse ela, que mora com o esposo, que é pedreiro, na Vila Irmã Dulce, Zona Sul de Teresina. Ela já faz economias para realizar o sonho.
Para aumentar a produção, ela comprou um freezer, além das duas geladeiras que já tinha em casa. Por dia, ela conta que são quase 180 dindins produzidos. Nas vendas que faz em casa e no Centro de Teresina, ela consegue comercializar pelo menos 120 dindins.
Em casa ela vende a R$ 1,00, já no Centro ela comercializa a R$ 1,25, para poder ajudar no gasto do transporte. Se conseguir vender todos os dindins, Francisca chega a faturar R$ 150,00 por dia e quase R$ 3 mil por mês.
As opções poderiam ser sorvete, picolé, água, suco ou refrigerantes. Produtos que normalmente costumam ser as alternativas das pessoas para se refrescar e fugir do sufoco provocado pelo calor piauiense. Mas ela garante que o famoso dindin voltou a ser bastante consumido durante o período mais quente do ano.
Em Teresina é difícil encontar alguém que nunca foi apaixonado por esses saquinhos cheios de sucos de todos os sabores. Os mais tradicionais são feitos com coco, goiaba, morango, chocolate, maracujá, uva, laranja.
Enfim, um sorvetinho adaptado, altamente versátil e, claro, super saboroso que encanta adultos e crianças. Mas o diferencial do dindin da dona Francisca são os sabores.
Na caixa de isopor de 37 litros que ela carrega de onde mora, na Vila Irmã Dulce, Zona Sul de Teresina, para o Centro da capital, onde vende a maior parte dos dindins, ela leva os mais diferentes sabores. Dentre os mais curiosos estão amendoim, banana com morango, banana com açaí, farinha láctea, biscoito e pão com leite.
“Começo a fazer às 20h e fico até às 1h da madrugada. Demora um pouco por conta do trabalho que dá. Mas eu faço por gosto, por paixão. As minhas colegas dizem que o meu dindin é diferente por conta disso. Eu coloco o sentimento naquilo que eu faço”, contou.
O G1 pesquisou como os brasileiros conhecem o famoso ‘sorvetinho’ de saquinho.
– Piauí: Dindin
– Rio de Janeiro: Sacolé
– São Paulo: Geladinho, chup-chup
– Amazonas: Dindin, flau ou miau
– Roraima: Dindin
– Mato Grosso do Sul: Geladinho
– Alagoas: Flau
– Acre: Refresco e dindin para os caseiros, tiptop ou geladinho para os industrializados
– Paraíba: Flau
– Paraná: Geladinho
– Rondônia: Dindin
– Santa Catarina: Sacolé
G1 Piauí