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Envenenamento de cães e gatos revolta moradores da zona rural de Picos

Moradores da localidade Angico Torto, zona rural de Picos, estão revoltados com uma série de mortes de cães e gatos que vem acontecendo naquela região.

em 26 de julho de 2016

exterminio

Moradores da localidade Angico Torto, zona rural de Picos, estão revoltados com uma série de mortes de cães e gatos que vem acontecendo naquela região. A suspeita, segundo a dona de casa Maria do Socorro de Jesus, é que os animais estão sendo mortos por envenenamento com um produto conhecido popularmente como “chumbinho”. De acordo com ela, o caso mais recente aconteceu neste final de semana.

Na manhã do último domingo (25), três cães de sua propriedade e mais cinco de residências vizinhas amanheceram mortos. No local, os tutores encontraram pedaços de carne contendo a possível substância e um dos animais ainda vivo, com sinais de intoxicação.

Chumbinho pode ter sido usado no crime - Foto: Reprodução

Chumbinho pode ter sido usado no crime – Foto: Reprodução

Chumbinho pode ter sido usado no crime – Foto: Reprodução

A dona de casa acredita que o crime foi cometido por pessoas da própria comunidade. Ela relata que apesar do alvo serem os cachorros, outros animais e aves que tiveram contato com produto também morreram. “A intenção do criminoso era matar os cachorros, mas acabaram matando gatos e até as galinhas que chegaram a comer a carne”, disse ela.

Segundo Maria do Socorro, o principal temor dos moradores que tiveram seus pets assassinados é de que a carne usada para envenenar os bichos chegue até os animais presos – que em alguns casos são abatidos para o consumo humano.

CRIME AMBIENTAL

O envenenamento de animais está previsto na Lei de Crimes Ambientais. O artigo 32 considera crime ambiental a prática de ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. A pena prevista é detenção de três meses a um ano e multa.

Ao Grande Picos, Maria do Socorro informou que irá pedir uma investigação para tentar identificar o autor do crime.

Segundo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o chumbinho é um produto clandestino, irregularmente utilizado como raticida. Não possui registro na agencia reguladora e nem em outro órgão de governo, trata-se, portanto de um produto ilegal que não deve ser utilizado sob nenhuma circunstância.

COMO AGIR EM CASOS DE ENVENAMENTO

Em animais domésticos e no ser humano, o veneno age no sistema nervoso central, sistema respiratório e no coração. Em no máximo 30 minutos é absorvido pelo organismo e provoca convulsões, coma e morte.

De forma geral, os sintomas mais comuns nas intoxicações por venenos em cães e gatos são:

  • Quadros convulsivos;
  • Apatia: o animal não responde a estímulos e há mudança brusca do comportamento normal;
  • Salivação excessiva, misturada ou não com vômitos;
  • Podem ocorrer fortes tremores musculares ou fraqueza, o animal pode não conseguir ficar de pé;
  • Pode apresentar sangue na urina e ou diarreia.
  • Saber o que fazer pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte de um animal.
  • Envenenamentos são emergências e, nesses casos, o ideal é procurar imediatamente um médico veterinário, se possível leve junto o rótulo da substância ingerida.

Apesar de existir várias fontes, na internet, que apresentam receitas caseiras e antídotos para o envenenamento, é importante citar que na maior parte dos casos, não existe antídoto específico, e o tratamento é feito com base nos sinais clínicos que o animal está apresentando.

É muito comum acreditar que fazer o bichinho vomitar o que ingeriu o fará melhorar. Isso não é verdade e pode ser muito perigoso – o vômito só ajuda em determinadas situações, em outras, piora o quadro, por exemplo, em envenenamentos por substâncias cáusticas que são extremamente irritantes às vias aéreas, boca e esôfago e causam queimaduras químicas, se esse tipo de substância for ingerida e depois vomitada causará queimaduras químicas em todo esôfago e boca do animal – Portanto induzir o vômito por meio de substâncias como água oxigenada ou água morna com sal pode piorar o quadro de intoxicação quando não se sabe a causa do envenenamento.

O uso do leite também é vetado, pois além de não ser recomendado para cães e gatos, apresenta um pH neutro, bem mais alto que o do estômago, o que faz com que o leite atue como neutralizante apenas se o veneno tiver caráter ácido, caso contrário, se o veneno for de caráter básico, o leite pode potencializar a ação da substância tóxica fazendo com que ela seja absorvida mais rapidamente ainda.

Para retardar a ação da substância tóxica e ganhar tempo para levar o animal ao veterinário é recomendado o uso do carvão ativado em cápsulas – facilmente encontrado em farmácias – ele age como uma substância adsorvente, ao ser ingerido ele liga-se ao veneno no estômago e impede a sua absorção e ação. Deve-se dar o carvão logo até 30 minutos após o envenenamento, pois com o tempo a substância vai sendo absorvida para a corrente sanguínea e aí o carvão já não faz mais o efeito desejado.

Outra forma de retardar o efeito do veneno é o uso de uma colher de mel, que funcionará como protetor gástrico. Deve-se lembrar que tanto o mel quanto a cápsula de carvão devem ser ministrados com o animal totalmente consciente, para que não haja o risco de afogamento ou falsa via.

Caso ocorra um envenenamento doloso com o seu pet ou algum animal próximo, peça um laudo ao médico veterinário, registre um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia, DENUNCIE, pois, além de ser crime de maus-tratos contra os animais, a comercialização clandestina de raticidas é crime com penalidades previstas em lei.

Lembre-se que envenenamentos são casos de emergência e o tempo é crucial nesses momentos, quanto mais cedo o animal for socorrido maiores serão as chances de sobrevivência.

Fonte: grande picos