Fundador de Alegrete faria 100 anos neste dia 12 de setembro; conheça a história de Antônio Elpídio Ramos; fotos!
Sarah Maia em 12 de setembro de 2019
Nesta quinta-feira, 12 de setembro, Alegrete do Piauí está de feriado em homenagem ao seu fundador, nascido neste dia, Antônio Elpídio Ramos. Se vivo, completaria nesta data 100 anos de idade.
O feriado local foi reconhecido no ano de 2013, ano de seu falecimento, através da Lei Municipal nº 200/2013. Além de relembrar o homem mais relevante ao desenvolvimento de Alegrete desde sua época como povoado, o feriado tem ligação direta com a religiosidade do município, já que foi neste dia, no ano de 1965, que Antônio Elpídio Ramos viabilizou a primeira missa realizada no município, em seu armazém, celebrando seu aniversário. O momento foi conduzido pelo padre Mariano da Silva Neto, vigário de Jaicós, e marcou a história do município.
Antônio Elpídio Ramos nasceu em 12 de setembro de 1919, na Fazenda Pocinhos, filho de Antônio Joaquim do Nascimento e Elvina Antônia da Conceição. Seus irmãos foram: Cícero Antônio Ramos, Francisca Elvina Ramos, Joaquina Elvina Ramos e Adália Elvina Ramos. Quando Antônio Elpídio chegou ao Alegrete, o local ainda era um povoado, havia apenas a sua casa e a de seu sogro, Tertuliano Sanches Leal, sendo estes os primeiros habitantes do lugar.
Casou-se pela primeira vez em 13 de junho de 1939, com a gentil, bondosa, doce e dedicada à família, Sra. Isabel Antônia Ramos, filha do primeiro morador do então ‘Poços dos Veados’, Tertuliano Sanches Leal e Antônia Maria de Jesus. Antônio Elpídio ficou viúvo no de ano de 1977, aos seus 58 anos. Após esse fato, contraiu nova união, no ano de 1982, com a Sra. Antônia Maria da Silva, a ‘Toinha’, pessoa com a qual viveu até o seu falecimento, em janeiro de 2013.
Pioneiro por natureza, Antônio Elpídio não promoveu apenas a primeira missa, mas foi o responsável por trazer ao Alegrete a primeira imagem de Nossa Senhora de Fátima, a qual tornou-se a padroeira da cidade e permanece até os dias atuais na Igreja Matriz, abençoando os alegretenses.
Além da religiosidade, Antônio Elpídio inseriu Alegrete no mapa nacional ao destacar-se, em 1981, como produtor modelo por conquistar a maior safra por hectares plantados de feijão caupi. O feito, tornou o agricultor matéria de jornal por duas vezes, no Globo Rural da emissora Rede Globo.
Foi através de Antônio Elpídio, ainda jovem, que a BR-316 passou a cortar o Alegrete após um desvio de mais de 100km do trajeto original. O feito foi viabilizado através da curiosa forma do visionário alegretense de promover o progresso, oferecendo ajuda ao engenheiro responsável pela obra que, em troca do animal recebido por Antônio Elpídio para seguir sua viagem, retornou ao povoado onde o mesmo vivia e devolveu a gentileza, trazendo a BR até o então povoado.
Além da BR, Antônio Elpídio Ramos foi responsável pela doação e construção do Mercado Municipal, onde até hoje estão concentradas as principais atividades de compra e venda do dia-a-dia. Foi ele também quem viabilizou o açude da cidade, o primeiro grupo escolar, o primeiro poço para abastecimento e ainda fez centenas de doações de terrenos para povoar a localidade. Também doou os terrenos para construção do Banco do Brasil e da sede da AABB no município de Picos – PI, polo da macrorregião.
Ousado, inovador e atento, Antônio Elpídio foi naturalmente envolvido nas malhas da política, sendo o primeiro prefeito do município de São Julião, após desmembramento Fronteiras (PI), do qual já havia sido vice-prefeito com mais votos obtidos que o próprio candidato a prefeito. Participou ativamente do processo de emancipação de Alegrete do Piauí, desmembrado de São Julião. Elegeu seu filho, Manoel Afrânio Ramos prefeito em Alegrete. Na sua trajetória política, acumulou curiosas lutas e até encontros com comitivas presidenciais, como Getúlio Vargas e até Juscelino Kubitschek (este, enquanto candidato à presidência).
Na vida pessoal, foi um pai amoroso, avô carinhoso, lutou pela educação de todos os seus filhos e foi até premiado como o pai com mais filhos matriculados em uma única escola. Ao todo, teve 18 filhos: 10 mulheres e 8 homens. Hoje, elencam-se como descendentes, cerca de: 48 netos, 58 bisnetos e 13 trinetos.
Antônio Elpídio foi um homem de muitas qualidades, de muitas amizades, de família grande e recepções calorosas. Mas, sobretudo, Antônio Elpídio foi destaque em tudo que fez. Um herói de Alegrete do Piauí.
Em memória desse grande homem e por todo serviço relevante e inquestionável prestado no município, a tradicional família Ramos realizará homenagens com missa, inauguração de busto em praça pública e uma recepção para convidados no município de Alegrete do Piauí.
Confira as imagens!
Fotos: Arquivos de família cedidos com exclusividade ao Portal Piauí em Foco.
O material completo sobre a vida de Antônio Elpídio Ramos com informações e imagens você confere na noite desta quinta-feira (12) em vídeo documentário produzido exclusivamente para esta data pela equipe da TV Piauí em Foco na internet.