Picos | Corpo do empresário Pascoal Silva é velado no Plenário da Câmara de vereadores
Carmo Neto em 30 de setembro de 2020
Amigos, admiradores e familiares estão dando, nesta quarta-feira (30), o último adeus ao empresário lisboense Pascoal Joaquim da Silva, que era popularmente conhecido como Seu Pascoal Silva, de 92 anos. O comerciante mais conhecido da Região de Picos veio a óbito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional Justino Luz na noite de ontem. Ele sofria de problemas cardíacos.
Desde as primeiras horas da manhã de hoje centenas de pessoas já passaram pelo Plenário Pedro Barbosa da Silva, na Câmara de vereadores, para se despedir do empresário. Ao lado do corpo de seu Pascoal Silva está a sua inseparável esposa, Dona Judite Batista da Silva, de 87 anos, a quem ele chamava de “minha joinha”. O casal completaria agora, no próximo dia 29 outubro, 69 anos de vida matrimonial.
Além de populares, muitos empresários foram se despedir do homem trabalhador que ainda criança, aos 12 anos de idade, começou a viajar para o Goiás, Maranhão, Pará e Tocantins vendendo alho e cebola, o que contribuiu para ele se tornar um dos maiores empresários piauienses.
Em entrevista a nossa reportagem, em 09 de abril do ano passando quando do aniversário de 68 anos do Grupo P. da Silva, o empresário falou que apesar de toda a história de sucesso ele ainda não se considerava “de jeito nenhum” um homem realizado. Na ocasião Seu Pascoal também frisou quando teria a realização plena. “Só vou me sentir realizado quando eu morrer”.
O velório de Se Pascoal Silva prosseguirá até a parte da tarde. Ainda não há informações sobre a realização de uma missa de corpo presente. O sepultamento acontecerá no Cemitério São Pedro de Alcântara.
História
Dono de um império que compreende dois armazéns de venda de gênero alimentícios, um armazém de materiais de construções, uma loja de roupas de grife, um hotel e um posto de combustíveis, Seu Pascoal Silva nasceu no dia 06 de dezembro de 1927 no Povoado Rodeador, em Santo Antônio de Lisboa. De família pobre, ele tinha 16 irmãos, e para ajudar os pais, Mariano Joaquim da Silva e Delfina Francisca, começou a trabalhar logo cedo, aos seis anos de idade. O primeiro emprego foi na roça e vendendo frutas em um balaio que ele carregava na cabeça.
Aos 12 anos, ainda menino, começou a viajar para o Goiás, Maranhão, Pará e Tocantins vendendo alho e cebola. Essa rotina pesada durou até os 18 anos quando Seu Pascoal optou por voltar a sua terra e comprar produtos da Região e vender a grosso. Contudo, ele alimentava sonhos de infância: estabelecer um comércio, negociar mercadorias e se casar.
Seu Pascoal não ficou parado e foi em busca de realizar seus sonhos. Em 09 de abril de 1951 vendeu tudo que tinha e abriu uma bodega no então povoado Santo Antônio. O comerciante lembra, com muito carinho, que sua primeira venda foi meio quilo de açúcar pesado em uma cuia de cabaça.
Faltava agora o casamento. Sonho realizado no dia 29 de outubro daquele ano com Dona Judite Batista da Silva, a quem Seu Pascoal chama de “minha joinha”. Em 13 de julho de 1962 ele decidiu se estabelecer em Picos e veio com a esposa e os seis filhos. Apenas oito anos após sua chegada no município picoense ele já estava competindo com os principais comerciantes da época, posto que mantém até hoje em dia.
Pai de 11 filhos, dos quais quatro já morreram, e apesar dessa história de sucesso o comerciante não se considera “de jeito nenhum” um homem realizado. Seu Pascoal disse quando terá a realização plena. “Só vou me sentir realizado quando eu morrer”.
Fonte: Portal O Povo