Quatro anos de estiagem no semiárido piauiense, moradores da zona urbana de Padre Marcos, a 393 km de Teresina, têm dificuldade para encontrar água potável. Já na zona rural, os prejuízos nas lavouras de milho e feijão só aumentam.
As chuvas de janeiro animaram os agricultores, mas desde fevereiro não chove. A região é abastecida pela Barragem do Estreito, que vem secando e segundo os moradores não tem água boa para o consumo.
A dona de casa Maria de Fátima Sousa recebe água na torneira, mas para o consumo ela precisa comprar mineral e do carro pipa. Segundo ela, a água fornecida não serve para beber ou fazer comida.
“Tenho que comprar os três tipos de água, porque a que vem na torneira não tem como ser consumida. Ela é escura e tem mau cheiro”, declarou. Para amenizar a situação, a dona de casa Margarida Vitalino aproveita água da chuva para cozinhar. Ela improvisou uma biqueira no quintal, com plástico e um balde. “Quando é no inverno eu consigo aparar água, que é pouco, mas é uma ajuda”, contou.
No campo, o agricultor Francisco José de Carvalho percorre a plantação de milho. Ele revela ter plantado 10 hectares em janeiro e a vegetação deveria estar com altura de dois metros, mas a chuva não veio justamente na fase que a planta mais precisava de água para crescer.
“Só levantou um pouco, mas nada comparado com os anos anteriores. O verão aqui foi muito forte e a safra só não será 100% perdida, porque vamos aproveitar agora para fazer ração dos animais”, comentou.
Em janeiro, as estações pluviométricas de Padre Marcos registram 200 milímetros de chuva, segundo o secretário de agricultura do município. Como a chuva foi boa, a área plantada dobrou, mas em fevereiro o registro chegou apenas 20 milímetros de chuva.
“Se tivesse chovido uns 50 milímetros em fevereiro, a situação seria outra e nós teríamos uma super safra. Como isso não aconteceu, a plantação fica comprometida”, comentou o secretário Elio Zacarias.
Fonte: G1 PI