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No Piauí, novo presídio de segurança máxima terá ala apenas para líderes de faccções

em 17 de setembro de 2019

O maior e mais moderno presídio de segurança máxima do Piauí será inaugurado na segunda-feira (23). Após três anos de obras, a Cadeia Pública de Altos será entregue com capacidade para cerca de 600 detentos. A nova unidade deve começar a receber internos na próxima semana em uma estrutura com protocolos baseados em unidades de segurança máxima. O presídio irá abrigar presos provisórios.

Cidadeverde.com teve acesso a estrutura interna da cadeia nesta segunda-feira (16).

A unidade possui três pavilhões com 26 celas cada. Em cada cela há capacidade para oito detentos nos cerca de 15 metros quadrados, em quatro camas beliche. Os sanitários são revestido para garantir que o vaso não seja quebrado. O fornecimento de água para as torneiras e chuveiro é acionado pelo agente de um andar superior às celas.

Antônio Vinícius da Silva, gerente da unidade explicou que um dos diferenciais da unidade é o módulo específico para agentes construído em um andar superior às celas. “Assim os agentes poderão dar comandos aos presos sem precisar estar em contato direto com eles”.

Os pavilhões são subdivididos em grupos de quatro celas separadas por gradeados chamados de cortinas. A abertura e fechamento das grades das celas e das cortinas são controlados pelo andar superior da unidade, onde ficará um grupo de agentes e de onde serão travados os cadeados.

Ainda segundo o diretor da unidade, nas celas os internos terão direito a portar apenas duas camisas, dois calções e chinelos fornecidos pela própria unidade, além de matéria de higiene. “Será proibido portar qualquer outro objeto, bem como afixar folhetos ou riscar paredes, sendo enquadrado como dano ao patrimônio público”, disse o diretor.

Nomeada de Cadeia Pública Antônio José de Sousa Filho, a unidade homenageia um servidor do sistema penitenciário que faleceu vítima de um câncer.

Transferências

Segundo o delegado Charles Pessoa, diretor de Inteligência da Secretaria de Justiça, o recebimento de presos será feito aos poucos, respeitando os protocolos de segurança. “A transferência será gradativa. Segunda-feira (23) vamos inaugurar e vamos começar a transferir os presos no decorrer da semana. A medida que os agentes penitenciários tiverem com os protocolos acelerados, vamos agilizar esse processo”, informou.

A previsão é que a transferência seja feita inicialmente em grupo de 10 presos. Os internos passarão por processo de avaliação. De acordo com Charles, a cadeia será estratégica para a implantação da lei de classificação de risco no sistema prisional do estado.

“Uma estrutura prisional adequada, com arquitetura prisional adequada vai ajudar tanto na parte de implantação de procedimento como na parte de inteligência penitenciária. Vamos poder colocar presos com perfil de influência negativa, separados em celas garantindo os direitos previstos na Lei de Execução penal”, pontuou.

Triagem

Ao chegar a unidade, o detento passará por um entrevista em que será verificada a situação processual e sua ficha criminal. Em casos de transferência por mau comportamento, o interno pode chegar a passar 30 dias no setor de triagem.

A Cadeia Pública de Altos conta ainda com sala de biometria onde serão coletados dados biométricos dos presos.

Antes de serem conduzidos aos pavilhões, os detentos também serão submetidos a consultas médicas e entrevistas com assistentes sociais e psicólogos. Próxima a ala de triagem há um setor médico com farmácia e salas de atendimento.

Dependência química

Ao lado do setor de saúde há duas celas para observação de internos enfermos e uma ala de dependentes químicos com nove celas. A Cadeia Pública de Altos será a primeira do Piauí com ala direcionada para presos com dependência química.

Andar na linha

Um dos protocolos de segurança adotados é a movimentação seguindo linhas de orientação. Nós corredores dos pavilhões, os internos só poderão caminhar sobre faixas pintadas sobre o chão. “Os detentos só poderão andar nas faixas, respondendo a comandos. Esse é um dos regramentos da casa, um dos procedimentos de segurança aqui adotados”, explica o diretor.

Anexos

Além dos pavilhões, a Cadeia Pública conta ainda com dois anexos com 12 celas individuais isoladas. Eles serão usados para presos com influência

“Os detentos que são reconhecidos como lideranças, chefes de pavilhão, nos vamos separá-los para que eles não influenciem a massa carcerária”, explicou o diretor da unidade. Os locais possuem banheiro e espaço para banho de sol isolado.

Parlatório

O prédio conta ainda com ala administrativa e salas para advogados. Um parlatório também foi construído para garantir o atendimento jurídico dos detentos, feito por meio de interfones.

Fonte: Cidade Verde

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