“Ouro Branco”: Cultivo do algodão gera riqueza e alavanca o Piauí no agronegócio
Somente o município de Santa Filomena deverá contribuir com 18,48% de todo o algodão colhido no Piauí em 2019, estimado em 78.975 toneladas ou 5.265.000 arrobas de algodão em caroço, numa área de 19.500 hectares.
Sarah Maia em 04 de junho de 2019
Somente com a cultura do algodão herbáceo serão colhidos 3.605 hectares, sendo 1.500 hectares em uma Fazenda e 2.105 hectares em outra Fazenda (que, aliás, foi pioneira no cultivo do algodão nos cerrados do Piauí, desde 2003), ambas na Serra das Guaribas e entrecortadas pela via BR-235/PI.
Assim, o município de Santa Filomena deverá contribuir com 18,48% de todo o algodão colhido no Piauí em 2019, estimado em 78.975 toneladas ou 5.265.000 arrobas de algodão em caroço, numa área de 19.500 hectares. A produtividade média esperada é de 270 arrobas/hectare (4.050 kg/ha).
Paralelamente à colheita, que deverá ocorrer em julho, acontecerá o processo de beneficiamento e embalagem, fase que antecede a sua industrialização. Toda a produção da Serra das Guaribas será beneficiada na Algodoeira Santa Filomena, instalada na própria área de plantio (Fazenda Nova Fronteira).
Alto custo de produção – O algodão (família Malvaceae) é uma das culturas sujeitas a grande número de pragas, que causam danos significativos, exigindo utilização de tecnologia avançada e manejo apropriado. São cerca de 30 doenças, 35 insetos e ácaros e mais de 50 tipos de ervas daninhas.
O manejo químico das pragas do algodoeiro custa, hoje, acima de R$ 2.000,00 por hectare, envolvendo aplicação (trator, avião e/ou jato dirigido) e produtos fitossanitários (acaricidas, fungicidas, herbicidas, inseticidas).
É quase – ou totalmente – impossível produzir algodão sem utilização intensa do controle químico (agrotóxicos). Tais cuidados podem representar 46,64% do gasto total de produção. Normalmente são efetuadas 17 aplicações aéreas, desde a abertura dos primeiros botões florais até a completa maturação. A cada sete dias são realizadas pulverizações preventivas, visando controlar a ferrugem e eventuais doenças de final de ciclo.
Mas apesar do alto custo de produção, tudo indica os produtores terão bom lucro, mesmo porque a cotação do produto em caroço e em pluma está bastante atrativa. Além disso, a produção primária deverá ser de ótima qualidade, aceitável pela indústria, em nível nacional e internacional.
Santa Filomena na frente – O plantio de algodão no cerrado piauiense teve início na Safra 2007/2008, na Serra das Guaribas, em Santa Filomena. Como alternativa para rotação com a soja, o mineiro Fábio Pereira Júnior vislumbrou no algodão uma oportunidade de negócio economicamente rentável.
O pioneirismo e o sucesso da cultura do algodoeiro na Fazenda Nova, situada no município de Santa Filomena, está sendo impulsionado exatamente pelas condições de clima favorável, terras planas, que permitem mecanização total da lavoura e, sobretudo, pelo uso intensivo de tecnologias modernas.
Outro fator determinante para a evolução da cultura do algodão no sudoeste piauiense foram os sucessivos aumentos na produtividade por área. Enquanto no estado do Paraná, a produtividade média é de 2.388 kg/ha e no Sudeste, de 2.448 kg/ha de algodão em caroço, a Fazenda Nova alcança números acima de 4.000 kg/ha, equivalente a aproximadamente 1.600 quilos de pluma por hectare, mais do que o dobro em comparação com o sul maravilha.
Portanto, as lavouras brancas (ou o ouro branco do Cerrado) poderão crescer em Santa Filomena e no sudoeste do Piauí, já que encontram bons fatoresedafoclimáticos (clima, relevo, litologia, temperatura, umidade do ar, radiação, tipo de solo, vento, composição atmosférica e precipitação).
Fonte: Portal Corrente